O índice DXY, que mede a variação do dólar ante outras seis moedas fortes, fechou o pregão desta quinta-feira, 23, em baixa, apesar da cautela nos mercados internacionais, ainda pressionado pela força do euro e por dúvidas sobre a continuidade da retomada econômica nos Estados Unidos.

Próximo ao horário do fim dos negócios em Nova York, o dólar caía a 106,79 ienes, o euro avançava a US$ 1,1596 e a libra esterlina registrava baixa a US$ 1,2735. O DXY, por sua vez, recuou 0,31%, a 94,692 pontos.

“O euro é a moeda com melhor desempenho no momento”, afirma a diretora de estratégias cambiais da BK Asset Management, Kathy Lien, ao ressaltar que a divisa europeia foi de US$ 1,12 para quase US$ 1,16 em apenas um mês. Ela destaca que o acordo entre os líderes europeus para o fundo de recuperação de 750 bilhões de euros segue impulsionando a moeda.

“O governo americano, por outro lado, não está apenas tendo dificuldade para controlar o surto de covid-19 nos EUA, mas para concordar sobre um pacote de estímulo eficaz”, acrescenta Lien. Em Washington, as negociações para o próximo pacote fiscal continuam, assim como as divergências. Hoje, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, disse que o projeto não deve incluir um corte nos impostos sobre a folha de pagamento.

“Continuamos a acreditar que a economia dos EUA terá um desempenho inferior no terceiro trimestre devido à suspensão ou reversão da reabertura em muitos grandes estados”, dizem analista do Brown Brothers Harriman (BBH). Hoje, o Departamento do Comércio americano informou que os pedidos de auxílio desemprego subiram 109 mil na semana, a 1,416 milhão. Foi a primeira alta em quase quatro meses.

“Embora o dólar possa se beneficiar de um sentimento mais avesso ao risco, os dados de hoje reforçam a visão de que a recuperação dos EUA está atrasada em relação às nações rivais”, avalia o analista Joe Manimbo, do Western Union, ao explicar o enfraquecimento da moeda.

O mercado monitora, também, as crescentes tensões entre os EUA e a China, após o governo americano ter ordenado o fechamento do consulado chinês em Houston, no Texas.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar ficou sem direção única. No final da tarde em Nova York, a divisa americana caía a 71,7921 pesos argentinos, mas avançava a 16,6919 rands sul-africanos e a 22,5147 pesos mexicanos.