O dólar caiu ante rivais nesta quarta-feira (29), em um movimento que se acentuou após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) prometer uma política monetária “por um tempo prolongado” nos Estados Unidos, além de apoio adicional para impulsionar a economia do país, afetada pela covid-19. Na decisão de política monetária de hoje, na qual os juros básicos foram mantidos entre 0% e 0,25%, foi anunciado que as compras de títulos do Tesouro e em hipotecas serão aumentadas nos próximos meses.

Próximo ao horário do fechamento das bolsas de Nova York, o dólar caía a 104,98 ienes, enquanto o euro subia a US$ 1,1786 e a libra esterlina recuava a US$ 1,2890. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou o dia em queda de 0,26%, aos 93,453 pontos.

A manutenção do discurso ultradovish por parte do Fed reforçou a ordem vendedora na moeda americana. “O Fed ofereceu uma dose de realismo”, diz o ING, ressaltando que os mercados acionários têm precificado otimismo com a recuperação econômica após o choque da pandemia.

O presidente do BC americano, Jerome Powell, reforçou hoje que uma recuperação total é improvável até que as pessoas tenham confiança de que podem sair de casa sem serem contaminadas pelo novo coronavírus. “Nós concordamos completamente com Powell. A covid-19 está longe de ser derrotada e, embora exista otimismo em relação a uma vacina que permita o retorno à normalidade, o momento e a eficácia ainda são desconhecidos”, completa o ING.

O Fed também estendeu o vencimento do programa de swap cambial com outros nove bancos centrais, incluindo o brasileiro, até março do próximo ano, o que deve ampliar a liquidez em dólar no mercado internacional. A notícia também exerceu efeito de pressão sobre a divisa americana.