O dólar operou hoje com sinais mistos frente as moedas rivais, embora com viés negativa, com a libra se enfraquecendo em meio ao noticiário sobre o Brexit. Por outro lado, o otimismo com um cenário de vacinas contra a covid-19 e as expectativas por estímulos fiscais nos Estados Unidos levaram o euro a alcançar o patamar simbólico de US$ 1,21 hoje.

O índice DXY, que mede a variação do dólar frente outras seis moedas fortes, fechou em baixa de 0,21%, a 91,118 pontos, em grande parte guiado pelo euro, maior compositor do índice. No final da tarde em Nova York, o iene se desvalorizava, e o dólar era cotado a 104,51 ienes.

“O dólar tem se deteriorado de forma constante, com o alto desemprego e a desaceleração da recuperação aumentando as apostas para estímulos fiscais e monetários mais ousados” nos EUA, avalia a Western Union. Hoje, autoridades democratas e republicanas deram sinalizações por um novo pacote fiscal no país.

O euro era cotado a US$ 1,2105, chegando próximo a seu maior valor em 2020, impulsionado pela baixa do dólar. “A alta do euro aumenta o risco do Banco Central Europeu (BCE) tentar desacelerar sua ascensão na próxima semana, devido ao vento contrário que coloca nas exportações”, avalia a Western Union sobre a próxima reunião do banco central.

Mesmo com o anúncio do início de vacinação contra a covid-19 no Reino Unido, a libra registrou baixa hoje. “Em nossa opinião, isso ocorre porque o principal fator para a taxa de câmbio do país agora é a incerteza em torno das negociações do Brexit em andamento. E achamos que os riscos do Brexit para a libra são negativos” no momento, avalia a Capital Economics. No mesmo horário, a libra era cotada a US$ 1,3366.

Em dia de altas no petróleo e com notícias sobre o começo da imunização em massa no país, a Rússia viu o rublo ter uma das principais valorizações na sessão de hoje. O dólar era cotado 75,115 a rublos no fim da tarde.

A TD Securities avalia que o dólar pode se beneficiar no início de 2021, refletindo a redução do crescimento global por conta da covid-19. Os ativos de risco estão no “pico do otimismo, aumentando o risco de redução no curto prazo”. Ainda assim, “esperamos que a tendência no longo prazo de baixa na moeda americana persista, refletindo vacinas e eventual imunidade”, afirma.