O dólar se enfraqueceu ante rivais nesta sexta-feira, dia de apetite ao risco no exterior, reagindo a dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos em outubro melhores do que o esperado e a avanços nas negociações comerciais entre americanos e chineses.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 108,18 ienes, o euro avançava a US$ 1,1172 e a libra tinha alta a US$ 1,2942. O índice DXY, que mede o dólar ante outras seis moedas principais, registrou baixa de 0,12%, a 97,239 pontos, com queda semanal de 0,60%.

O apetite ao risco no mercado internacional ganhou força pela manhã com a divulgação do relatório de empregos dos EUA, conhecido como “payroll”, que mostrou criação de 128 mil empregos em outubro. O resultado veio bem acima da mediana da previsão de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de geração de 75 mil vagas.

No início da tarde, após conversas por telefone entre funcionários de alto escalão americanos e chineses, o Ministério do Comércio da China (MofCom, na sigla em inglês) afirmou que o país asiático e os EUA “conduziram discussões sérias e construtivas”. Em comunicado, o MofCom também disse que os dois países “chegaram a um consenso sobre princípios”.

A diretora-gerente de estratégias de câmbio do BK Asset Management, Kathy Lien, destacou que o dólar começou o mês de novembro sob pressão. Na avaliação dela, o índice ISM de atividade industrial, que subiu de 47,8 em setembro para 48,3 em outubro, “mostra a real história da economia dos Estados Unidos”.

A libra, que registrou em outubro sua maior valorização mensal ante o dólar desde maio de 2009, no auge da crise financeira internacional, foi apoiada pelo índice de gerentes de compras (PMI, na sigla inglês) do setor industrial do Reino Unido, que subiu de 48,3 em setembro para 49,6 em outubro, atingindo o maior nível em seis meses.

Com o apetite ao risco, o dólar também se enfraqueceu ante moedas emergentes, à exceção do peso argentino, caindo a 19,1354 pesos mexicanos e a 14,0279 rands sul-africanos.

Apesar de o Banco Central da República Argentina (BCRA) ter anunciado, na noite de quinta, medidas restritivas para empresas emissoras de cartões de crédito, débito e pré-pagos, como forma de impedir vias de fuga de controle cambial, o dólar subia a 59,6678 pesos no fim da tarde em Nova York.