O dólar recuou ante outras moedas principais, um dia após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciar, em reunião extraordinária, um corte de juros de 1 ponto porcentual, e outras medidas, em ação conjunta com outros importantes bancos centrais globais, citando o impacto do coronavírus. Além disso, o dólar avançou diante de divisas de países emergentes e ligados a commodities, com a busca por segurança e após dados modestos da China.

No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 106,01 ienes, o euro avançava a US$ 1,1170 e a libra tinha baixa a US$ 1,2265. O índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, registrou queda de 0,69%, a 98,069 pontos.

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O Morgan Stanley qualificou a atuação do Fed como “um relaxamento significativo”, avaliando em nota que o banco central entregou “um pacote abrangente de relaxamento”, mas ressaltou a necessidade de medidas fiscais. O Fed retomou um programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), por causa do coronavírus, e agora analistas avaliavam a possibilidade de ação mais “agressiva”, conforme discutido em reportagem especial publicada mais cedo.

Além disso, países e regiões continuavam a adotar medidas para restringir a circulação de pessoas, a fim de desacelerar as transmissões de coronavírus. França, Chile, a Rússia e a União Europeia anunciaram medidas recentes nesse sentido. A Oxford Economics sustenta que os acontecimentos da última semana aumentaram a probabilidade de que a economia global entre em recessão

A Western Union comenta em relatório que o dólar ficou sem sinal único, mas em geral em baixa após as medidas do Fed. Na avaliação dela, apesar da onda global de relaxamento monetário, os investidores continuam cautelosos, diante da pandemia e seus impactos na economia do mundo.

Ante emergentes, o dólar subiu com a busca por segurança e também após dados fracos da China. O peso chileno se enfraqueceu após o BC do Chile decidir, em reunião extraordinária, cortar os juros no país em 75 pontos-base, a 1,00%, citando os impactos do coronavírus. O UBS diz não descartar mais relaxamento por parte do BC chileno, também por causa da incerteza política local.