A confirmação nesta quinta-feira, 16, pela Casa Branca de que as negociações comerciais com a China serão retomadas na semana que vem tirou força do dólar em relação à maioria das moedas principais e de emergentes, com exceção do iene, que caiu diante da menor busca por segurança. A volta do apetite a risco foi favorecida também pelo arrefecimento gradual da cautela com a crise financeira na Turquia.

Perto do horário de fechamento em Nova York, o dólar avançava para 110,90 ienes, mas o euro subia a US$ 1,1370 e a libra ganhava terreno a US$ 1,2716.

A afirmativa de Kudlow apenas endossou o apaziguamento da cautela nos mercados, uma vez que a informação da reaproximação sino-americana já havia sido revelada na noite da véspera pelo Ministério do Comércio do país asiático. Espera-se que os diálogos, entre autoridades do segundo escalão ministerial de ambos os países, ocorram nos dias 22 e 23 de agosto, de acordo com fontes da Dow Jones Newswires.

No centro de uma crise cambial que eclodiu na semana passada, a Turquia parece já não preocupar tanto agentes de mercado. Em uma teleconferência com investidores estrangeiros, o ministro de Tesouro e Finanças do país, Berat Albayrak, se comprometeu a consertar os problemas econômicos e comentou que a implementação de reformas estruturais e de uma política monetária restrita para combater a inflação são prioridades. Ele não especificou, contudo, se haverá independência de fato para o banco central do país agir como requer a ocasião.

Ainda assim, a lira turca teve mais um dia de recuperação, com o dólar recuando 1,32% nesta sessão, para 5,8356 liras, perto do horário de fechamento em Nova York. A situação em Ancara, contudo, segue sob observação, após o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, garantir que seu país está pronto para aplicar mais sanções à Turquia caso Erdogan se recuse a libertar rapidamente o pastor americano Andrew Brunson.

Também entre as emergentes, o dólar recuou ante o peso argentino após o Banco Central da República Argentina (BCRA) anunciar a elevação em 3 pontos porcentuais do compulsório para todos os depósitos em pesos dos principais bancos do país, os do chamado “Grupo A”, o que deve gerar uma absorção de liquidez de US$ 60 bilhões. Na tarde de hoje, a moeda americana recuava para 29,7257 pesos argentinos.