Indicadores modestos na Europa e na China, a inversão na curva de juros dos bônus de Estados Unidos e Reino Unido e o temor de uma piora na economia global provocaram aversão ao riscos nos mercados globais nesta quarta-feira. No câmbio, isso deixou o dólar mais forte ante outras moedas principais em geral, mas em baixa em relação ao iene, e também com ganhos frente a divisas de países emergentes e ligados a commodities. Além disso, o peso argentino seguiu em queda, com cautela de investidores sobre o quadro político no país sul-americano.

No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 105,97 ienes, o euro tinha queda a US$ 1,1139 e a libra caía a US$ 1,2058, quase estável. O índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, teve alta de 0,18%, a 97,987 pontos.

No caso da moeda comum europeia, influenciaram dados negativos da região. O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,2% no segundo trimestre ante o anterior e teve expansão anual de 1,1%. O resultado veio como esperado e confirmou a leitura preliminar, mas mostrou de qualquer modo crescimento bastante modesto. A produção industrial da zona do euro caiu 1,6%, em junho ante maio, ante expectativa de baixa de 1,2% dos analistas. Já na Alemanha, o PIB registrou recuo de 0,1% no segundo trimestre ante o primeiro, como previsto, com alta de 0,4% na comparação anual, ante expectativa de crescimento de 0,2%. O Commerzbank afirmou em relatório que a economia alemã está “à beira de uma recessão” e também que não espera reação significativa no próximo ano.

Sinais fracos da economia da China também influenciaram, bem como a inversão da curva de retornos nos bônus de 2 e 10 anos em EUA e Reino Unido – o que é visto como um sinal de risco de recessão à frente. Com isso, o iene e o franco suíço se fortaleceram. O dólar, por sua vez, ganhou força ante moedas de países emergentes e ligados a commodities.

O peso argentino seguiu em queda, mesmo com as intervenções no câmbio do Banco Central da República Argentina (BCRA). O presidente Mauricio Macri lançou um pacote de medidas, de olho em melhorar a economia e em ganhar votos para a eleição no fim de outubro, mas analistas em geral viram as novidades com efeito limitado tanto na política quanto na economia. Diante das dúvidas sobre um eventual futuro governo do oposicionista Alberto Fernández, a moeda local continuou sob pressão. No fim da tarde, o dólar avançava a 60,0189 pesos argentinos.