O dólar avançou ante outras moedas principais nesta sexta-feira, 19, com a maioria do mercado agora apostando que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deverá realizar um corte de apenas 25 pontos-base nas taxas básicas de juros do país, reagindo à publicação de uma reportagem do Wall Street Journal.

Próximo ao horário de fechamento das bolsas de Nova York, o dólar avançava para 107,81 ienes. Já o euro, na mesma marcação, caía a US$ 1,1217 e a libra recuava para US$ 1,2498. O índice DXY, que mede a força da moeda americana contra uma cesta de outras seis divisas principais, registrou avanço de 0,37%, a 97,151 pontos. Na comparação semanal, o ganho do DXY foi de 0,35%.

Embora sem novidades, o Wall Street Journal publicou, nesta sexta-feira, reportagem sinalizando um corte de 25 pontos-base como “provável” na próxima reunião de política monetária, agendada para o dia 31 de julho. A maioria do mercado seguiu a linha do jornal americano e abandonou a expectativa de um corte mais profundo, de 50 pontos-base, que era a aposta majoritária no dia de ontem.

A expectativa por um corte mais ameno fortaleceu o dólar, revertendo a tendência de perdas verificadas ontem, na medida em que afrouxamentos monetários nos EUA tendem a pressionar o dólar.

Colaborou para a reversão de cenário de ontem a ida a público do porta-voz da distrital de Nova York do Fed para esclarecer uma declaração feita na tarde de ontem pelo presidente da instituição, John Williams. Em evento acadêmico, Williams afirmou que, diante de um cenário “desafiador”, os dirigentes devem tomar “medidas rápidas quando confrontados com condições econômicas adversas”. A fala havia sido entendida como uma sinalização “dovish”, o que havia fortalecido expectativas de um corte de juros de 50 pontos-base.

No entanto, o porta-voz esclareceu que se tratou de uma “fala acadêmica”, sem relação com a política monetária no curto prazo, o que diminuiu as expectativas de um corte de juros mais profundo por parte do Fed e deu força à moeda americana ante rivais. “O dólar permanece sensível a notícias e comentários em relação à política monetária do Fed”, diz a Western Union. Nesse quadro, a empresa de serviços financeiros alerta em relatório a clientes que qualquer mudança na percepção sobre o banco central americano pode levar a movimentos rápidos de reposicionamento no câmbio.

A depreciação do euro ante o dólar, ainda, se aprofundou à medida que investidores monitoravam a situação política da Itália, com os dois vice-premiês do país, Matteo Salvini e Luigi Di Maio, em clima de tensão crescente. Além disso, reportagem da Der Spiegel afirma que o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, prevê a retomada das compras líquidas de ativos pelo BCE antes de novembro.