O dólar avançou ante outras moedas fortes e emergentes nesta sexta-feira, 21, em um movimento de correção após ter apresentado dois dias de queda na semana, enquanto as tensões com o Brexit continuam a crescer na Europa.

Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova York, o dólar avançava para 112,55 ienes, o euro caía a US$ 1,1752 e a libra registrava queda a US$ 1,3083.

Analistas do BBH apontam que o dólar recebe “alguma tração” em um movimento de recuperação e de proteção antes do fim de semana. Além disso, eles avaliam que tanto as taxas de juros mais altas podem ter começado a mostrar efeito sobre a moeda quanto investidores podem ter começado a temer maiores riscos em outros mercados, especialmente na Europa, com a discussão orçamentária na Itália e o Brexit. “Seja o que for, o dólar viu algum dano técnico nesta semana que vai levar alguns dias para reparar”, escrevem em nota a clientes.

Já o euro e a libra foram penalizados pelas infrutíferas negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), diante das declarações da primeira-ministra britânica, Theresa May, sobre as divergências com o bloco, sobre a relação econômica futura e o status da fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte. Ela ainda criticou a recusa de sua proposta, conhecida como plano Chequers, e afirmou que “nenhum acordo sobre o Brexit é melhor que um acordo ruim”.

Entre as moedas emergentes, o dólar avançou ante o rand sul-africano, após o governo da África do Sul anunciar um plano de infraestrutura voltado para impulsionar o crescimento e a criação do Fundo de Infraestrutura do país, que começará com 400 bilhões de rands. O mesmo movimento da moeda americana foi visto ante a lira turca, após o Ministério das Finanças do país anunciar nesta semana cortes nas importações de energia e redução do déficit em conta corrente da Turquia. O órgão também reduziu as projeções de crescimento para este ano, 2019 e 2020, enquanto elevou as de inflação.

Já ante o peso argentino, o dólar recuou mais uma vez enquanto as negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) continuam no radar. Autoridades do país vizinho haviam dito logo que ficou decidida a volta às tratativas com o organismo multilateral que as conversas se estenderiam até o fim de setembro, o que agora gera entre investidores a expectativa de que um acordo complementar ao atual empréstimo de US$ 50 bilhões seja anunciado na semana que vem, a última do mês.