O dólar subiu ante rivais nesta terça-feira diante do clima de pessimismo em relação às negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China. A moeda americana se fortaleceu ante grande parte das moedas emergentes, mas recuou em relação a outras consideradas mais seguras, como iene e o franco suíço.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 107,11 ienes, enquanto o euro recuava a US$ 1,0959 e a libra tinha queda a US$ 1,2223. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras seis moedas principais, subiu 0,15%, a 99,133 pontos, retomando o patamar dos 99 pontos.

Entre segunda e terça, os EUA anunciaram medidas que aumentam as tensões com a China, às vésperas da nova rodada de negociações comerciais entre os dois países, que se iniciam na quinta-feira, ampliando o pessimismo sobre a possibilidade de um acordo.

Nesta tarde, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, anunciou a restrição de vistos a autoridades do governo chinês e seus familiares, justificando uma “campanha altamente repressiva” contra minorias muçulmanas no território autônomo de Xinjiang, no noroeste do país asiático. A medida se soma ao anúncio de Washington, na segunda, de incluir 28 empresas da China à chamada “lista de entidades”, que exige licenças adicionais para executar negócios com os EUA.

Os dois anúncios geraram pessimismo entre investidores, motivando a busca por moedas consideradas mais seguras em relação à americana, o que depreciou o dólar frente ao iene e ao franco suíço. Contudo, a divisa dos EUA se fortaleceu em relação às moedas de países emergentes: o dólar subiu a 65,220 rublos e a 19,6423 pesos mexicanos.

A alta do DXY, no entanto, foi contida, sobretudo ao longo da manhã, após a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA, que mostrou queda inesperada em setembro.

Já a libra esterlina caiu ante o dólar, atingindo ao longo do dia a menor cotação em uma semana, em meio aos temores de que o Reino Unido pode não chegar a um acordo para a saída do país da União Europeia antes de 31 de outubro, data final do divórcio. “A cada dia que passa, o risco de um Brexit sem acordo aumenta. Aparentemente, as negociações entre o premiê britânico, Boris Johnson, e a chanceler alemã, Angela Merkel, estão em um beco sem saída”, diz o BK Asset Management.