O dólar avançou ante outras moedas principais nesta segunda-feira, 29, em meio à queda da libra esterlina, cuja cotação atingiu o nível mais baixo ao menos desde o primeiro semestre de 2017 ante a moeda americana, com sinais cada vez mais fortes de um Brexit sem acordo.

Próximo ao horário de fechamento do mercado em Nova York, o dólar subia a 108,77 ienes, enquanto o euro tinha alta a US$ 1,1152 e a libra caía para US$ 1,2232. O índice DXY, que calcula a força da moeda americana ante uma cesta de outras seis divisas fortes, fechou em alta de 0,03%, aos 98,044 pontos, voltando a se firmar acima da marca psicológica dos 98 pontos.

Os sinais de que a saída do Reino Unido da União Europeia acontecerá em 31 de outubro sem acordo pressionou a moeda britânica ao longo do pregão. Diante disso, a libra atingiu o nível mais baixo em dois anos ante o dólar.

O recuo da libra esterlina se dá diante das notícias envolvendo o governo do novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. Ontem, o ministro das Finanças, Sajid Javid, declarou em seu Twitter que orientou sua equipe a se preparar para um Brexit sem transição, em 31 de outubro. Deixar a União Europeia nessa data, com ou sem acordo, foi uma das principais bandeiras da campanha de Johnson para a liderança do Partido Conservador, que o levou ao posto de premiê do Reino Unido.

O franco suíço também se enfraqueceu nesta segunda-feira, tanto ante o dólar quanto ante o euro. Desde a semana passada, o banco central da Suíça tem vendido francos no mercado, o que acarreta em uma cotação depreciada em relação a outras divisas principais. “Isso parece uma intervenção cambial”, disse o diretor global de estratégia de câmbio do UBS Wealth Management, Thomas Flury.

Já a depreciação do peso argentino ante o dólar pode ser explicada, além de habituais demandas pela moeda americana ao fim de cada mês no país, por questões ligadas ao processo eleitoral. O candidato de oposição Alberto Fernández, líder da chapa cuja vice é a ex-presidente Cristina Kirchner, afirmou que, caso vença as eleições para a Casa Rosada, deixará de pagar juros de títulos de curto prazo (Leliq) para aumentar as aposentadorias em 20%, o que levantou dúvidas no mercado. / Com informações da Dow Jones Newswires.