O dólar operou em alta ante outras divisas importantes nesta terça-feira, reagindo à decisão do Banco do Povo da China (PBoC) de não estabelecer a taxa de paridade cambial acima de 7 yuans por dólar. O fato amenizou temores de que as divergências do país asiático com os Estados Unidos extrapolem para uma guerra cambial, dando força à divisa americana.

Próximo ao fechamento do mercado em Nova York, o dólar subia a 106,52 ienes, enquanto o euro se fortalecia para US$ 1,1198 e a libra, para US$ 1,2161. O índice DXY, que mede a força do dólar ante uma cesta de seis divisas fortes, fechou em alta de 0,11% aos 97,630 pontos.

A decisão do PBoC deu ao mercado a possibilidade de recuar, ligeiramente, da postura de segurança adotada no pregão de segunda, que derrubou o dólar, diante das especulações de que uma guerra cambial entre as duas maiores economias do mundo poderia estar se aproximando. As fortes divergências entre os dois países, contudo, seguem no radar dos investidores.

“O dólar se estabilizou acima das baixas de duas semanas em relação ao euro e após sua cotação mais fraca em sete meses contra o iene, graças aos mercados que encontram alguma compostura depois do pior dia do ano em Wall Street”, diz um relatório do Western Union divulgado a clientes.

No entanto, para a diretora de estratégias de câmbio do BK Asset Management, Kathy Lien, a ligeira recuperação da divisa americana trata-se de uma pequena “pausa”. “O dólar e outras moedas importantes têm mais espaço para cair”, diz a analista. “Tudo o que vem da China nos diz que eles preparam uma resposta maior, que irá intensificar, e não diminuir, as tensões comerciais”, completa, em relatório divulgado a clientes.

Já ante divisas emergentes, o dólar apresentou recuo, com ajustes após o movimento do dia anterior: no fim da tarde em Wall Street, ele era cotado a 45,2853 pesos argentinos e 19,5761 pesos mexicanos.