Por Luana Maria Benedito

(Reuters) – O dólar avançava frente ao real nos primeiros negócios desta terça-feira, acompanhando a manutenção de cautela no mercado de câmbio internacional depois que dados chineses decepcionantes alimentaram temores de uma recessão econômica global, enquanto, no Brasil, investidores ficavam atentos ao início oficial da campanha eleitoral.

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Às 10:12 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,56%, a 5,1210 reais na venda, e chegou a saltar 0,91% mais cedo, a 5,1390 reais. A moeda avançava pelo segundo pregão consecutivo, depois de ter caído acentuadamente na semana passada.

Na B3, às 10:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,38%, a 5,1435 reais.

O fortalecimento do dólar no mercado doméstico estava em linha com a alta de seu índice frente a uma cesta de rivais fortes no exterior. Ao mesmo tempo, várias moedas arriscadas pares do real, como dólar australiano, rand sul-africano e peso mexicano, tinham queda contra a divisa norte-americana nesta terça-feira.

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O sentimento global foi prejudicado na véspera, quando o banco central da China cortou inesperadamente uma importante taxa de juros para tentar reanimar a demanda por crédito e apoiar a economia atingida pela Covid-19, diante de uma série de divulgações de dados econômicos fracos para julho.

“Em termos de cenário econômico, os dados globais continuam apontando para uma desaceleração do crescimento, com riscos elevados de recessão em algumas regiões do mundo, em um ambiente de pressão no mercado de trabalho e inflação ainda elevada”, avaliou em nota Dan Kawa, diretor de investimentos da TAG.

“No que tange aos mercados, vejo uma pressão no mercado de commodities, um viés altista para o dólar”, acrescentou, embora tenha notado “reação mais construtiva da bolsa” brasileira.

Guilherme Esquelbek, analista da Correparti Corretora, também notou desempenho recente positivo do Ibovespa, que registrou na última sexta-feira sua melhor semana desde novembro de 2020, e disse que fluxos estrangeiros para o mercado de ações local podem fornecer apoio ao real nesta sessão, limitando a alta do dólar.

No Brasil, o cenário político deve começar a ganhar mais destaque no radar dos mercados financeiros, com a campanha eleitoral começando oficialmente nesta terça-feira.

O dia será marcado por eventos dos dois principais postulantes ao Planalto –Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL)– em cidades simbólicas para ambos e por um possível encontro dos dois à noite, já que ambos confirmaram presença na cerimônia de posse de Alexandre de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Especialistas têm alertado que o início definitivo da corrida à Presidência pode elevar a volatilidade no mercado de câmbio local, que historicamente é negativamente pressionado em anos eleitorais. A volatilidade implícita do real para os próximos três meses tem rondado seus níveis mais altos em dois anos nas últimas duas semanas.

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