O dólar avançou ante outras moedas principais, em dia atípico por causa do feriado do Dia do Presidente nos Estados Unidos, com mercados locais fechados. Além disso, o peso argentino voltou a recuar, em meio a dúvidas com as negociações entre o governo local e o Fundo Monetário Internacional (FMI) que ocorrem em Buenos Aires.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 109,93 ienes, o euro recuava a US$ 1,0836, quase estável, e a libra tinha baixa a US$ 1,3001. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras moedas fortes, avançou 0,12%, a 99,124 pontos.

O surto de coronavírus tem ajudado a apoiar o dólar como opção segura, mas a Capital Economics aponta em relatório que a divisa americana tem se saído bem mesmo frente ao iene, visto tradicionalmente como alternativa segura em tempos de incerteza. A consultoria afirma que o dólar deve seguir forte, mesmo se diminuírem os riscos trazidos pelo coronavírus, com a economia dos EUA se saindo relativamente bem, “enquanto a zona do euro, a China e a maioria dos emergentes deve enfrentar dificuldades”.

O ING, por sua vez, avalia que o quadro atual permanece de “sólido” apetite de compra por dólares, com o coronavírus pesando sobre as moedas de mais risco. O banco holandês também aponta para a busca por segurança e a resiliência da economia americana para sustentar esse movimento.

Além disso, o iene mostrou fraqueza após um dado fraco do Japão. O Produto Interno Bruto (PIB) anualizado do país recuou 6,3% no quarto trimestre de 2019, no resultado anualizado. O ING alertou em relatório que a economia japonesa deve encolher 1,1% neste ano, prejudicado também pelos impactos do coronavírus.

Hoje, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou estímulos, ao reduzir juros de empréstimos de um ano de 3,25% a 3,15%, diante do surto da doença. Alguns analistas preveem que Pequim precisará atuar mais para estimular a economia, em meio a revisões para baixo nos números locais por agentes privados.

Entre as moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar subia a 61,5663 pesos argentinos, enquanto o governo Fernández e o FMI negociavam em Buenos Aires. Fontes do mercado citadas pelo Financial Times alertavam para o risco de um “default desordenado”, em meio a algumas divergências entre as partes, após a diretora-gerente do Fundo, Kristalina Georgieva, descartar no fim de semana um desconto na dívida do país. Mais otimista, o Bank of America afirma em relatório que existe espaço para um acordo benéfico para o país, seus credores privados e o FMI, mas insiste na necessidade de um desconto na dívida e ressalva que há “elevada incerteza” sobre as projeções para a Argentina, especialmente relativas à trajetória de crescimento futura.