O dólar avançou nesta sexta-feira ante moedas rivais consideradas seguras, como o iene e o franco suíço, em dia de apetite por risco após sucessivos pregões de cautela. O euro também recuou ante o dólar, reagindo a notícias de possibilidade de aumento da dívida alemã e a sinalizações recentes “dovish” de Olli Rehn, membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE). A divisa dos Estados Unidos, contudo, perdeu força ante o peso argentino.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 106,32 ienes e caía a 54,8435 pesos argentinos, enquanto o euro recuava a US$ 1,1095 e a libra tinha alta a US$ 1,2148.

Os mercados internacionais renovaram o apetite por risco nesta sexta-feira, na tentativa de recuperar, ainda que parcialmente, as expressivas perdas dos últimos pregões. Com isso, o dólar encontrou espaço para avançar ante o iene e o franco suíço – o que não significa, contudo, que as incertezas causadas pelas tensões entre as duas principais economias do mundo, EUA e China, tenham se dissipado.

O noticiário europeu, por sua vez, pressionou o euro ante o dólar. A revista alemã Der Spiegel informou que o governo da Alemanha pensa em aumentar os gastos em caso de recessão no país, o que fez a moeda local recuar ante a americana.

Seguiram pressionando a divisa, também, sinais “dovish” emitidos pelo presidente do Banco da Finlândia e membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Olli Rehn. Ele declarou que o BCE anunciará um pacote de estímulos monetários na reunião de 12 de setembro, que deve superar as expectativas de investidores. “Apelos por uma ação ousada dos políticos europeus aumentaram ainda mais esta semana”, diz um relatório do Western Union enviado a clientes. Na próxima quinta-feira, será publicada a ata da última reunião do BCE.

Na Argentina, a crise política e econômica continua a ocorrer, com dúvidas entre investidores após o candidato oposicionista Alberto Fernández vencer as primárias presidenciais. Após perdas fortes recentes, contudo, o peso argentino encontrou espaço para uma recuperação na quinta e na sexta-feira, também após leilões de dólares e de Letras de Liquidez (Leliqs) e de sinalizações pró-mercado por parte do favorito a assumir a Casa Rosada.