O dólar segue ampliando suas máximas ante o real diante da aversão a risco no exterior e por cautela do investidor com o cenário político e fiscal, além da disparada de casos e de mortes pelo novo coronavírus no País, afirma Hideaki Iha, da corretora Fair. “Azedou tudo desde ontem com o presidente do Fed, Jerome Powell, alertando que o problema de liquidez visto diante da crise da covid-19 pode se tornar um problema de solvência de empresas”, afirma. Contraria tudo o que se esperava, que era a reabertura americana em breve, observa.

Iha diz ainda que há incertezas sobre a relação comercial entre EUA e a China.

Internamente, para ele, o cenário político não ajuda e parece que o Banco Central vê tudo o que está acontecendo como normal, sem contar novo corte esperado da Selic. “O BC segue atuando de forma moderada e pontual, por isso, estamos indo rumo aos R$ 6,00”, avalia. “O barulho interno não para, e estão no radar o vídeo da reunião ministerial, o veto de reajuste a salário de servidores e o depoimento do delegado Carlos Henrique Oliveira, atual diretor-executivo da Polícia Federal e novo número dois da corporação contradizendo Bolsonaro”, afirma.

Oliveira afirmou em depoimento nesta quarta, 13, que a corporação mirou, sim, familiares do presidente Jair Bolsonaro.

A investigação citada mirou supostos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica envolvendo a declaração de bens do senador Flávio Bolsonaro nas eleições de 2014, 2016 e 2018.

Há pouco, o dólar à vista renovou máxima a R$ 5,9513 (+0,86); dólar junho teve máxima em $$ 5,9575 (+1,06%).