O dólar acompanhou novamente o mercado externo e teve dia de queda no Brasil, terminando a terça-feira, 3, em baixa de 0,31%, a R$ 3,8974. Ao contrário da segunda-feira, dia marcado pelo aumento de aversão ao risco no exterior e alta generalizada da moeda dos Estados Unidos, o pregão da terça foi de trégua e a divisa caiu ante as principais moedas de países desenvolvidos e emergentes, com uma das poucas exceções ficando com a Turquia. Pela sétima sessão consecutiva, o Banco Central não fez atuação extraordinária para colocar dinheiro novo no mercado por meio de contratos de swap.

O BC atuou nesta terça no câmbio apenas para a rolagem de contratos de swap que vencem em 1º de agosto, em operação que movimentou US$ 700 milhões. Para o diretor de uma gestora de recursos, o BC está procurando ficar ausente do mercado em dias que o real reflete basicamente os movimentos externos, sem indícios de falta de liquidez ou descolamento do movimento de outras moedas. A expectativa é que este mês, com o início das férias de verão no hemisfério norte, o BC siga atento ao mercado, mas atuando de forma pontual.

Na avaliação do gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, o dólar está em uma “espiral de alta” no mundo e este movimento não dá sinais de que vai acabar, apesar da trégua desta terça. “O BC sabe que não vai conseguir mudar este movimento”, ressalta ele.

Persistem as preocupações dos investidores com medidas protecionistas de Washington e retaliações pelos maiores parceiros dos EUA, como China e União Europeia. Além disso, a tendência é que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai seguir subindo os juros.

A terça-feira foi novo dia de liquidez baixa no câmbio. No mercado futuro, o giro até às 17h20 era de US$ 11,3 bilhões. No mesmo horário, o dólar para agosto caía 0,45%, a R$ 3,9075.

No mercado à vista, o volume de negócios somou US$ 671 milhões. Apesar do volume menor de negócios, as mesas de operação estão atentas aos eventos dos próximos dias, principalmente a ata da reunião de política monetária do Fed, publicada na quinta-feira, e o relatório mensal de emprego dos EUA, na sexta-feira.

As duas publicações vão dar novos pistas sobre o processo de elevação de juros pelo Fed.