O dólar acelerou a alta, com máxima na casa dos R$ 5,43 no mercado à vista há pouco, em meio a cautela política e fiscal interna e o fortalecimento da moeda americana frente a pares emergentes do real no exterior, como os pesos colombiano e argentino, e uma desaceleração das perdas ante o peso mexicano, disse o gestor Sérgio Machado, da Trópico SF2 Investimentos.

Queda externa e dúvidas fiscais impedem recuperação do Ibovespa

“A alta do dólar reflete barulho político em torno de auxílio emergencial e criação eventual de imposto para bancar o benefício em meio a dúvidas persistente no mercado sobre a fonte de recursos para bancar um novo benefício, além de cautela após a alta do IGP-M na primeira previa de fevereiro”, comenta a fonte.

Machado afirma que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais fraco reduz as apostas de alta da Selic em março, o que pressiona o dólar, pela perspectiva de menor atração de investidores estrangeiros.

Mas manter a Selic em 2% em março será um erro, em sua percepção, por que o BC deveria ser cauteloso e elevar a Selic a fim de corrigir distorção da taxa em relação à inflação prevista, avalia Machado.

Na última pesquisa Focus, os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA em 2021, de alta de 3,53% para 3,60% – abaixo do centro da meta de 2021, de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Ja a mediana das projeções na Focus para o IGP-M de 2021 subiu de 6,57% para 6,65%, ante 4,60% há um mês. Na máxima, o dólar á vista subiu a R$ 5,4320 (+1,11%), enquanto o dólar março atingiu R$ 5,4340 (+1,15%).