O dólar teve queda pontual ante o real na manhã desta terça-feira, 22, em meio a uma realização de ganhos recentes, depois de acumular ganhos de 1,61% nas últimas cinco sessões no mercado à vista. Na mínima, recuou a R$ 3,7565 (-0,11%), após ter iniciado a sessão em alta, acompanhando a valorização da moeda americana frente outras divisas de países emergentes exportadores de commodities no exterior. Na máxima, a moeda registrou R$ 3,7690 (+0,22%), refletindo preocupações renovadas com a economia chinesa e global, segundo operadores de câmbio.

A queda do petróleo em meio a uma realização de lucros também ajuda a apoiar a divisa dos EUA. O pano de fundo ainda é o corte pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em sua projeção para o crescimento econômico global este ano, o que nutre temores sobre a demanda futura pela commodity.

No radar do investidor está o discurso do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico de Davos, na Suíça (às 12h30 de Brasília). Bolsonaro não deve dar detalhes sobre a proposta de reforma da Previdência, mas o investidor estrangeiro espera que o presidente reafirme seu compromisso com a aprovação de alguma reforma e com as privatizações.

As discussões sobre a reforma incluiriam a possibilidade de os militares darem alguma contribuição, como eventual aumento da idade mínima de 30 para 35 anos para poder ter o direito ao benefício – assim como as alíquotas de contribuição de servidores públicos poderiam ser elevadas.

O presidente em exercício, general Hamilton Mourão, afirmou nesta segunda-feira, 21, que a proposta de reforma deverá ser apresentada pelo governo só depois das eleições da Câmara e do Senado, que ocorrem no dia 1º de fevereiro, junto com a volta do recesso parlamentar.

Ainda que o caso Flávio Bolsonaro, o primeiro escândalo envolvendo o governo de Jair Bolsonaro, não esteja pesando nos negócios até agora, fica no radar desta terça a notícia de que a escritura que registra que Flávio recebeu dois imóveis e mais R$ 600 mil pela venda de um apartamento cita datas divergentes ao relatório do Coaf, segundo o Jornal Nacional, da Tevê Globo. O senador eleito disse que parte do sinal dessa compra foi paga em espécie, mas não falou sobre a divergência.

Às 9h38, o dólar à vista esta praticamente estável, a R$ 3,7615 (+0,02%), enquanto o dólar futuro para fevereiro subia 0,24%, a R$ 3,7640.