O dólar à vista opera em alta nesta terça-feira (9) em meio a cautela dos investidores após o presidente Jair Bolsonaro alertar que a PEC Emergencial pode não ser aprovada na Câmara “se não retirar artigos”. Essa sinalização já foi precificada em alta pelo dólar futuro de abril no fim da segunda-feira, por isso, esse contrato opera em baixa nesta manhã, alinhado à desvalorização do dólar no exterior na esteira da queda dos juros dos Treasuries de médio e longo prazos.

Os investidores olham também os dados de serviços em janeiro no País, que vieram melhores que as medianas estimadas pelo mercado. O volume de serviços prestados medido pelo IBGE subiu 0,6% em janeiro ante dezembro de 2020, na série com ajuste sazonal. O resultado de janeiro veio acima da mediana positiva de 0,30%, mas dentro das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast (queda entre 0,60% a alta de 2,0%).

Na comparação com janeiro do ano anterior, houve redução de 4,7% em janeiro de 2021, já descontado o efeito da inflação. Nessa comparação, as previsões eram de uma retração entre 6,50% e 3,10%, com mediana negativa de 5,10%. A taxa acumulada em 12 meses foi de redução de 8,3%.

Nesta segunda-feira, apenas o dólar futuro de abril reagiu em alta à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, de anular as condenações do ex-presidente Lula no âmbito da Lava Jato. O dólar á vista já havia fechado em queda antes da notícia.

A votação da PEC emergencial é esperada para esta quarta-feira, 10. Para atender às demandas da bancada da bala, o presidente Jair Bolsonaro negocia com deputados a desidratação da proposta para livrar categorias como policiais civis e militares do congelamento de salários previsto na PEC como gatilho para contenção de gastos em caso de emergência fiscal. De acordo com Bolsonaro, três dispositivos poderão ser retirados e dar origem a uma PEC paralela. Há risco de que mudanças no texto possam atrasar a tramitação e a liberação do auxílio emergencial.

No caso de Lula, a Procuradoria-Geral da República (PGR) vai recorrer da decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular as condenações do ex-presidente. O ministro, relator dos casos da Lava Jato no Supremo, afirmou que vai encaminhar o recurso da PGR para apreciação do plenário.

Às 9h21 desta terça-feira, o dólar à vista subia 0,57%, a R$ 5,8113. O dólar futuro para abril recuava 1,12%, a R$ 5,8170.