SÃO PAULO (Reuters) – Após quatro sessões consecutivas de baixa, o dólar fechou em alta ante o real nesta segunda-feira, em sintonia com o exterior, onde a moeda norte-americana também ganhava terreno, e com os investidores à espera do envio do novo arcabouço fiscal ao Congresso, adiado para terça-feira.

No exterior, em função de dados econômicos positivos recentes, cresceram as apostas de que o Federal Reserve elevará os juros em sua próxima reunião de política monetária. Durante a tarde, o percentual das chances de aumento de 0,25 ponto percentual, implícitas nos contratos futuros de juros nos EUA, já eram de 88%, o que dava força ao dólar ante diversas moedas de países exportadores de commodities.

No Brasil, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,938 reais na venda, em alta de 0,44%. Apesar do avanço, a moeda norte-americana permaneceu abaixo da linha psicológica dos 5 reais pela quarta sessão seguida.

Na B3, às 17:21 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,56%, a 4,9450 reais.

“Tem vindo números norte-americanos da economia melhores que o esperado. Isso valoriza o dólar lá fora e aqui dentro também”, pontuou Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora. Segundo ele, o adiamento da apresentação do arcabouço fiscal ao Congresso para terça-feira também ajudou a sustentar o avanço do dólar.

“Acho que ficou para amanhã (terça-feira), mas pode ser amanhã, pode ser depois”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Brasília.

Operador ouvido pela Reuters confirmou o desconforto. Para ele, o adiamento amplia a ansiedade do mercado, ainda que haja uma expectativa otimista sobre a tramitação do arcabouço no Congresso.

Apesar do avanço da moeda norte-americana nesta segunda-feira, profissionais do mercado seguem afirmando que há espaço para o dólar atingir patamares ainda mais baixos no curto prazo, se afastando um pouco mais da linha de 5 reais.

Podem contribuir para isso a própria tramitação do arcabouço e o fato de o Brasil seguir com juros básicos elevados –atualmente em 13,75% ao ano–, o que torna o país atrativo para os investidores estrangeiros.

No exterior, o dólar se mantinha em alta ante outras divisas neste fim de tarde.

Às 17:21 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,41%, a 102,090.

Pela manhã, o Banco Central vendeu 15.000 dos 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de junho.

(Por Fabrício de Castro)

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