O dólar segue em alta firme, na casa dos R$ 5,86 há pouco no mercado á vista, descolado da queda da moeda americana ante pares principais e moedas emergentes e ligadas a commodities. O sócio-diretor da corretora NGO, Sidnei Nehme, diz que o risco País esta em 217 pontos (10h45), e o dólar à vista acima dos R$ 5,86 e não descarta chegar a 6,00 no curto prazo.

“Os temores são de possível fatiamento da PEC Emergencial, já em negociação pelo presidente Jair Bolsonaro, que tende a adotar uma política econômica e fiscal mais populista para tentar conter a queda da sua popularidade em meio à piora da pandemia no País e para enfrentar eventualmente Lula nas eleições de 2022, caso o plenário do STF mantenha a decisão do ministro Edson Fachin de anular todas as condenações do ex-presidente pela Lava Jato”, comenta a fonte.

Nehme afirma que o investidor estrangeiro olha isso com ceticismo, é sensível ao problema de corrupção.

O risco é de a polarização política jogar os problemas principais – reformas, privatizações – para segundo plano, alerta o economista.

Esse quadro todo põe pressão sobre o Comitê de Política Monetária (Copom), que precisa ser agressivo na alta de juro para ter algum efeito de conter a escalada do dólar, acrescentou.

Para Nehme, a Selic está fora do ponto, porque há fatores externos consistentes – alta de juros dos Treasuries – puxando o dólar.