Na tarde de domingo (18), um petardo atingiu o bilionário mundo do futebol – e seus 3,7 bilhões de apaixonados e consumidores pelo mundo, sendo 1 bilhão que se declaram fanáticos, de acordo com o relatório Sportbiz/SportsValue. Doze clubes europeus (os espanhóis Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid, os italianos Internazionale, Milan e Juventus e os ingleses Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham) anunciaram a criação da Super League, um torneio separatista em relação à Uefa, entidade que comanda o futebol no continente. Os 12 gigantes fundadores teriam a companhia de outros três, não anunciados, mas Bayer (Alemanha) e PSG (França) estariam entre eles. Mais cinco ‘cotistas’ seriam convidados para cada torneio, somando 20 equipes. Os 15 clubes com status de permanentes dividiriam uma bolada de 3,5 bilhões de euros. Seria uma espécie de Clube dos Super-Ricos do mundo da bola.

O que os pais da ideia – que teve à frente Florentino Pérez (presidente do Real Madrid) e Andrea Agnelli (da Juventus) – não esperavam foi a reação, especialmente dos torcedores. Eles invadiram redes sociais e bombardear a proposta. Boris Johnson, o primeiro-ministro britânico, ameaçou com punição aos clubes. Da Alemanha, já na segunda-feira (19) Bayern, Borussia Dortmund e RB Leipzig disseram ‘não, obrigado’. A pressão cresceu e na terça (20) os seis clubes ingleses pularam fora do barco (na foto, fãs do Chelsea comemoram). Na quarta (21), Milan e Inter fizeram o mesmo, junto do espanhol Atlético. Sobraram com o mico, e a fama de oportunistas e arrogantes, apenas três: Barcelona, Real Madrid e Juventus. Na bolsa italiana, as ações da equipe de Turim caíam 13,75% na quarta-feira (21). A Super League não deve desistir. Mas nesta semana aprendeu uma coisa básica para qualquer pessoa que já colocou o pé numa arquibancada. Nunca mexa com torcedores de futebol.

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“Não gostamos disso (Super League) e não queremos que aconteça. Nosso compromisso com este clube e seus torcedores é absoluto e incondicional” Jordan Henderson, capitão do Liverpool, criticando via Twitter a tentativa de criação da Super League.

RECADO RUSSO
Putin reclama sobre ‘assédio’

Num discurso a parlamentares, o presidente Vladimir Putin disse na quarta-feira (21) que para alguns países assediar a Rússia se tornou “um novo tipo de esporte” e que a resposta virá. “Nós realmente não queremos queimar nenhuma ponte, mas se alguém tomar nossas boas intenções por indiferença ou fraqueza, a resposta da Rússia será assimétrica, rápida e dura”, afirmou. Desde a semana passada as tensões entre o Kremlin e Washington se elevaram e os dois países chamaram seus embaixadores de volta para casa.

AJUDA
Alemanha aprova acesso à dinheirama

Para manter auxílios de incentivo à recuperação econômica, o Tribunal Constitucional da Alemanha deu luz verde na quarta-feira (21) para aprovar a legislação sobre o fundo de ajuda da União Europeia. Com isso, 750 bilhões de euros deverão ser liberados para o bloco. Dos 27 países, 17 já assinaram o acordo de aplicação de novos recursos, mas a Alemanha estava impedida pelo impasse judicial agora resolvido.

BRASIL NA FOTO

 

 

Feita pelo dinamarquês Mads Nissen, O Primeiro Abraço venceu o principal prêmio mundial do fotojornalismo, o World Press Photo 2021. O trabalho foi feito no Brasil, numa casa para idosos de São Paulo, e mostra Rosa Luzia Lunardi (85 anos) com a enfermeira Adriana Silva da Costa Souza. Era o primeiro abraço que Rosa ganhava depois de cinco meses, pela restrição de receber visitas. Uma invenção simples driblou a distância: a Cortina do Abraço. Capas plásticas que permitiram a conexão entre Rosa e Adriana. “Quando soube do tamanho da crise de Covid no Brasil e da pobre liderança do presidente Bolsonaro decidi registrar o que estava acontecendo”, afirmou Nissen no vídeo sobre a conquista, anunciada na quinta-feira (15). Nenhum brasileiro até hoje conquistou o prêmio principal, que existe desde 1955, mas Lalo de Almeida/Folha de S.Paulo levou o primeiro lugar deste ano na categoria Environment/Stories, com imagens devastadoras das queimadas no Pantanal.

NÃO CONSIGO RESPIRAR
Policial condenado pela morte de Floyd

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Derek Chauvin, policial branco que se ajoelhou sobre o pescoço do negro George Floyd por 9 minutos e 29 segundos em maio do ano passado em Minneapolis (EUA) até matá-lo sufocado, foi condenado na terça-feira (20). O tamanho da pena será divulgado, mas pode chegar a até 40 anos de detenção. Floyd implorou por sua vida e testemunhas tentaram intervir, mas foram impedidas por outros policiais. Floyd repetiu “não consigo respirar” mais de 20 vezes. Sua morte desencadeou uma onda de protestos pelo país. O presidente Joe Biden ligou para a família da vítima e disse que “agora pelo menos alguma justiça foi feita”.

NOSSA IDADE MÉDIA

Estamos um pouco acima da média global. Pelo menos em termos de idade. O mundo saiu de uma faixa de 21,5 anos em 1970 para pouco acima de 30 anos em 2019. Um crescimento violento de 40%. O país mais jovem é o africano Níger (15,1 anos). O mais velho, o asiático Japão (48,2 anos).

HOME OFFICE DA DESIGUALDADE

Porcentagem de ocupados por classe social que mudou local de trabalho na pandemia.