A polícia canadense identificou por meio de exames de DNA o suspeito de dois homicídios cometidos em 1983, em que uma das vítimas foi a filha de um dos fundadores da gigante da mineração Barrick Gold, informaram as autoridades nesta segunda-feira (28).

Erin Gilmour, uma estudante de 22 anos, e Susan Tice, uma mãe de 45, foram encontradas mortas a facadas em suas residências em Toronto com quatro meses de diferença, após terem sido agredidas sexualmente.

Quase quatro décadas depois, os “avanços científicos” permitiram à polícia de Toronto deter Joseph George Sutherland, declarou o inspetor Steve Smith em coletiva de imprensa.

Após relacionar os dois homicídios no ano 2000 através do DNA do suspeito, coletado no local dos fatos, as autoridades usaram a genealogia genética “para identificar uma família” e, assim, “reduzir o número de suspeitos”, disse Smith.

Este método de investigação consiste em comparar o DNA de um suspeito com a árvore genealógica de um parente distante.

“Se não tivéssemos usado essa tecnologia, nunca teríamos chegado ao seu nome”, explicou Smith, acrescentando que nunca se havia suspeitado de Sutherland.

“Este é um dia que nossa família esteve esperando durante quase toda a vida”, disse Sean McCowan, irmão de Erin Gilmour.

“De certo modo, é um alívio que alguém tenha sido detido. Mas também me traz muitas lembranças de Erin e de seu assassinato brutal e absurdo”, acrescentou.

Aspirante a estilista, Gilmour era filha de David Gilmour, cofundador da Barrick Gold, uma das maiores companhias de mineração de ouro do mundo.

Ela não tinha vínculos com a segunda vítima, Susan Tice, uma terapeuta familiar e mãe de quatro filhos, segundo a polícia.

Joseph George Sutherland, atualmente com 61 anos, terá que se apresentar ao tribunal no começo de dezembro para responder a uma acusação de homicídio em primeiro grau.

Ele também poderia estar ligado a outros casos em aberto, afirmaram as autoridades, que continuam com as investigações.