A busca por escritórios especializados em separação cresceu 177% durante a quarentena em comparação com o mesmo período de 2019, segundo levantamento do Google. O isolamento social forçado está entre os principais motivos dos conflitos conjugais. No entanto, ficar solteiro em casa – ou acompanhado, para os que se mantêm firmes na jornada – não precisa, necessariamente, ser um programa tedioso. As pessoas têm buscado alternativas que garantam momentos de prazer. Esse novo comportamento fica evidente pelo aumento na procura por produtos eróticos. Dados do portal Mercado Erótico indicam alta de 50% na venda de vibradores desde março, no início do confinamento. Em pouco mais de três meses, cerca de 1 milhão de unidades foram comercializadas no Brasil. Já os negócios do setor, em geral, cresceram 12%, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico. O faturamento do setor atingiu R$ 2 bilhões no último ano.

Apesar de as lojas físicas terem sido impactadas pela determinação de fechamento, o comércio on-line seguiu em alta. As transações via internet (redes sociais e WhatsApp, por exemplo) foram responsáveis por 90% das vendas. A publicitária Paula Aguiar, fundadora do site MercadoErótico.org e autora da pesquisa Perfil do Mercado Erótico durante a Quarentena, afirmou que “o setor segue otimista, porque as pessoas estão ociosas em casa e querem inovar no relacionamento”.

Segundo o estudo, feito com 124 lojistas e 12 marcas de produtos no País, as mulheres são maioria (66%) na hora da compra, enquanto os homens respondem por 21%. O restante corresponde às aquisições feitas por casais – homo ou heterossexuais.

JP.MUBARAH

“A curiosidade e a conexão com a própria libido são importantes” Cintia klein, da v-lov.

A estratégia adotada pelos lojistas ouvidos para atrair os clientes tem sido o chamado “kit sobrevivência sexual”, composto pelos cinco produtos mais buscados na atualidade: bullet (vibrador), lubrificante íntimo, gel beijável térmico, gel para massagem corporal e calcinha tailandesa. O kit, dependendo das marcas escolhidas, tem preços entre R$ 150 e R$ 250.

A empresária Cintia Klein, proprietária da V-Lov, loja de produtos eróticos e para o bem-estar feminino em São Paulo, revelou crescimento nas vendas para homens e mulheres acima de 30 anos. A executiva acredita que o confinamento fez as pessoas de todas as idades valorizarem o autoconhecimento e o prazer como essenciais para a manutenção do bem-estar. “A curiosidade e a conexão com a própria libido são fatores importantes para a saúde sexual e emocional.”

SEX BOX A empresa lançou um plano chamado de Clube de Assinatura de Sex Box, que apoia a prática da sexualidade de maneira educativa e criativa. No período contratado o cliente recebe mensalmente uma sex box de um tema, com produtos variados. O isolamento social, se depender os planos das empresas do setor erótico, não será monótono.