O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) cresceu 2,34% em novembro e fechou o mês em R$ 5,498 trilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 22, pelo Tesouro Nacional. Em outubro, o estoque estava em R$ 5,373 trilhões.

A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 41,09 bilhões no mês passado, enquanto houve emissão líquida de R$ 84,64 bilhões.

A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) aumentou 2,48% em novembro e fechou o mês em R$ 5,232 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 0,41% menor no mês, somando R$ 266,30 bilhões ao fim de novembro.

Em meio à alta da taxa básica de juros, a parcela de títulos da DPF atrelados à Selic voltou a subir em novembro, para 36,69%. Em outubro, estava em 36,15%.

Já os papéis prefixados reduziram a fatia, de 29,04% para 28,89%, e seguem abaixo do intervalo previsto no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2021, que vai de 31% a 35% para esses títulos.

Os títulos remunerados pela inflação caíram para 29,32% do estoque da DPF em novembro, ante 29,57% em outubro. Os papéis cambiais reduziram a participação na DPF de 5,24% em outubro para 5,10% no mês passado.

Doze meses

O Tesouro informou ainda que parcela da DPF a vencer em 12 meses apresentou redução, passando de 21,50% em outubro para 21,31% em novembro.

O prazo médio da dívida apresentou queda de 3,97 anos em outubro para 3,92 anos, em novembro.

O custo médio acumulado em 12 meses da DPF aumentou de 8,02% ao ano para 8,62% a.a. no mês passado.

Participações

A participação dos investidores estrangeiros no total da Dívida Pública voltou a aumentar em novembro. De acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional, a parcela dos investidores não residentes no Brasil no estoque da DPMFi passou de 10,46% em outubro para 10,52% no mês passado.

No fim de 2020, a fatia estava em 9,24%. O estoque de papéis nas mãos dos estrangeiros somou R$ 550,54 bilhões em novembro, ante R$ 533,86 bilhões em outubro.

A maior participação no estoque da DPMFi continuou com as instituições financeiras com 29,03% em novembro, ante 28,76% em outubro. A parcela dos fundos de investimentos passou de 23,76% para 23,82% em no mês passado.

Na sequência, o grupo Previdência passou de uma participação de 22,71% para 22,31% de um mês para o outro. Já as seguradoras passaram de 4,06% para 3,99% na mesma comparação.

Colchão da dívida

O Tesouro Nacional encerrou novembro com R$ 1,096 trilhão no chamado “colchão da dívida”, a reserva de liquidez feita para honrar compromissos com investidores que compram os títulos brasileiros. O valor observado é 8,51% maior em termos nominais que o R$ 1,010 trilhão que estavam na reserva em outubro. O montante ainda é 34,35% maior que o observado em novembro de 2020 (R$ 816,46 bilhões).

A divulgação do valor exato do “colchão da dívida” foi adotada no início deste ano e é uma iniciativa do Tesouro para elevar a transparência sobre esse dado, que serve de termômetro para saber se o País tem recursos para pagar seus investidores ou precisará recorrer rapidamente ao mercado para reforçar o caixa.

No início da pandemia da covid-19, o elevado colchão de liquidez foi essencial para que o Tesouro pudesse se abster de emitir grandes volumes de títulos num momento de forte volatilidade do mercado, o que poderia resultar em custo elevado de financiamento.

No ano passado, o Tesouro encerrou com um colchão da dívida até acima do observado em 2019, após aproveitar uma janela favorável para emissões no fim do ano. O objetivo agora é manter, ao longo de 2021, o colchão de liquidez acima de seu nível prudencial. O Tesouro Nacional ressalta ainda que não define metas para o tamanho mínimo da reserva de liquidez.