O Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), que reúne os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná acusou nesta quarta-feira, 5, a Petrobras de estar dificultando as negociações para contratação futura de gás natural no sul do País, já que ainda não informou o volume de gás natural que irá importar da Bolívia por meio do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) a partir de 2020, depois de já ter anunciado que não irá renovar o contrato com o volume atual, de 30 milhões de metros cúbicos diários.

Em nota enviada à imprensa pela Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás), o Codesul informou que enviou à Petrobras na semana passada ofício solicitando a informação sobre o volume que será contratado da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), estatal boliviana que negocia com as distribuidoras de gás do sul e com a Petrobras.

“A indefinição com relação ao volume de gás natural recuperável do atual contrato entre a Petrobras e a YPFB, que se encerra em dezembro do ano que vem, e a quantidade do insumo que será importada pela estatal brasileira após esta data são os empecilhos”, disse a SCGás em nota.

Única supridora das distribuidoras de gás natural brasileiras desde a década de 1990, a Petrobras importa o insumo da Bolívia e repassa às distribuidoras do Sul, mas já comunicou que diminuirá sua participação no mercado e não renovará os contratos que se encerram em menos de dois anos. As empresas estão buscando uma solução para a redução da oferta, e no último dia 10 de agosto o Codesul lançou uma chamada pública conjunta para contratar o suprimento futuro de forma associada, já que são todas atendidas pelo Gasbol.

“Ao não informar o volume que importará a partir de 2020, a Petrobras também emperra a elaboração da chamada pública para a contratação da capacidade de transporte do Gasbol, que deve ser lançada pela TBG até julho do ano que vem”, denuncia o Codesul.

Procurada, a Petrobras não respondeu até o fechamento deste texto.