Subdiretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa afirmou nesta terça-feira, 26, que as medidas de distanciamento são importantes para reduzir a transmissão da covid-19. O alerta foi feito durante entrevista coletiva virtual com várias autoridades da entidade, para tratar do coronavírus nas Américas.

Barbosa argumentou que, além de impor as medidas de distanciamento quando necessário, é preciso que as autoridades revisem sua eficácia, a fim de garantir a adesão das pessoas. Além disso, lembrou que também é crucial fortalecer a capacidade de realizar testes, monitorar a doença, isolar os casos confirmados e tratar os pacientes, a fim de brecar a transmissão, disse o médico brasileiro.

Também presente no evento, o gerente de Vigilância à Saúde e Controle e Prevenção de Enfermidades da Opas, Marcos Espinal, comentou que os problemas com os testes não são exclusividade do Brasil. “A maioria dos países da América do Sul não testa como deveria”, disse. “A América do Sul precisa aumentar sua capacidade de testagem para a covid-19”, reforçou. Ao citar novamente o Brasil, Espinal enfatizou a importância de que o País também aumente o número de testes, dizendo que isso neste momento é “crucial”.

‘Brasil não melhorará em uma semana ou duas’

Espinal também disse que a situação da pandemia de coronavírus no Brasil “não melhorará em uma semana ou duas, há um caminho pela frente”. Durante entrevista coletiva virtual da entidade, Espinal lembrou que a Opas projeta ainda mais casos no País.

Além de dizer que é crucial que o Brasil reforce sua capacidade de testagem para controlar a doença, Espinal disse que em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro “é crucial implantar medidas de mitigação”, como restrições à circulação de pessoas. A autoridade afirmou que a Opas “encoraja o trabalho conjunto” entre autoridades pelo país e também com outras nações. “A Opas está muito preocupada com a situação no Brasil”, admitiu.

México amplia testagem

Jarbas Barbosa afirmou que o México tem reforçado sua capacidade de realizar testes para detectar o coronavírus. Durante entrevista coletiva virtual, a entidade também previu que o número de novos casos da doença continuará a aumentar no país.

O México já registrou mais de 70 mil casos e 2.485 mortes por coronavírus, mas há críticas locais sobre a baixa capacidade de testagem. O presidente Andrés Manuel López Obrador foi inicialmente também criticado por minimizar os riscos da doença, mas ajustou o discurso posteriormente.

Além disso, o México sofre com a piora do quadro econômico: no primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 2,2%, na comparação com igual período do ano passado, conforme dados divulgados mais cedo.