A disputa pela sucessão de Angela Merkel na Alemanha se acelera neste domingo (11) em seu campo conservador, que reúne os dois candidatos e rivais em um conclave menos de seis meses antes das eleições legislativas.

Quem entre Armin Laschet, líder da União Cristã Democrata (CDU), e Markus Söder, chefe do partido aliado bávaro CSU, será lançado para liderar a campanha e potencialmente chegar à chancelaria?

Nenhum do dois interessados se declarou candidato oficialmente. No entanto, suas pretensões são evidentes e os conservadores prometeram resolver essa questão “entre a Páscoa e Pentecostes” (24 de maio). Enquanto isso, a pressão só aumenta.

“Todos nós estamos interessados em uma decisão rápida”, disse à imprensa o chefe dos conservadores (CDU/CSU) no Parlamento, Ralph Brinkaus, antes do início do encontro.

Laschet e Söder estão previstos para oferecer uma coletiva de imprensa à tarde.

Angela Merkel deve deixar o poder depois das eleições de 26 de setembro após 16 anos como chanceler, abrindo uma nova era.

O objetivo é tirar o partido o quanto antes desse impasse. O final do seu governo está se transformando em um calvário para o movimento, a ponto de colocar em risco uma vitória nas legislativas que parecia garantida alguns meses atrás.

Junto à gestão errônea da pandemia e ao desastre eleitoral nas duas eleições regionais recentes, soma-se o escândalo do peculato financeiro pela compra de máscaras cirúrgicas envolvendo o CDU e a União Cristã Social (CSU).

A união CDU-CSU recebeu apenas entre 26% e 28,5% das intenções de voto. Cerca de 10 pontos a menos que em fevereiro, e uma queda abismal desde o ano passado quando alcançou 40%.

Agora, os Verdes estão no auge, com o vento a favor desde as europeias de 2019, e sonham com tirar a chancelaria da CDU.

A escolha do candidato conservador é fundamental, mas não se espera que seja resolvida neste domingo na reunião dos principais dirigentes do grupo parlamentar, na qual Merkel participa.

Esta reunião, na qual os dois candidatos podem dar sua visão sobre o futuro, é principalmente “uma espécie de análise dos candidatos”, disse o jornal Süddeutsche Zeitung.

Markus Söder, que dirige a CSU, tem as pesquisas a seu favor, embora na Alemanha o chanceler não seja eleito por sufrágio universal, mas pelos deputados.

Segundo a rede pública ARD, 54% dos eleitores estimam ele é um bom candidato. No caso de Armin Laschet, as opiniões favoráveis chegam a 16%.

No entanto, geralmente é o CDU que costuma apresentar um candidato, já que o CSU é um movimento regional. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, o CSU representou em duas ocasiões o campo conservador nas eleições, sem sucesso.