A disputa pelo controle da Eletropaulo está cada vez mais quente. Duas empresas querem arrematar a distribuidora paulista de energia elétrica, que é a maior do País, no leilão marcado para 4 de junho: a brasileira Neoenergia, que tem parte de seu capital da espanhola Iberdrola, e a Enel, vinculada ao governo da Itália. A Enel fez a maior oferta até agora, de R$ 32,20 por ação, R$ 0,10 a mais do que a Neoenergia. Porém, acionistas minoritários da Eletropaulo têm alertado sobre os problemas que a Enel provocou na espanhola Endesa. Quando adquiriu a companhia, em 2009, a ação da empresa valia € 31. Desde então, vários conflitos entre os sócios reduziram o valor de mercado. Um deles envolve o Brasil: as usinas e as distribuidoras de energia no País passaram a ser ativos da companhia na Itália, o que direcionou o lucro para o governo italiano. Atualmente, a ação da Enel está cotada abaixo de € 15. Para os minoritários da Eletropaulo, esse é um sinal de que os lucros vão direto para a matriz, sucateando o ativo adquirido.

(Nota publicada na Edição 1070 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Cláudio Gradilone, Gabriel Baldocchi e Márcio Kroehn)