Bolsa de valores

Depois de corrigir distorções em 2016, a Bolsa surpreendeu e manteve uma trajetória ascendente em 2017. O Índice Bovespa acumulava uma alta de 21% no ano, até o dia 20 de dezembro, após ter subido 39% em 2016. Boa parte dessa alta deveu-se a duas retomadas. Uma delas foi a da economia, que deverá fechar o ano crescendo cerca de 1%. Outra foi da presença dos investidores internacionais, que, em dezembro, eram donos de 48% das ações. Essa legião estrangeira acorreu em peso durante o ano, atraída pelas ações baratas e pela volta das aberturas de capital: dez empresas listaram suas ações no pregão, captando R$ 21 bilhões.

Entre as ações, a varejista Magazine Luiza se destacou na rentabilidade, subindo 339% até o fim de novembro. “Foi a Bitcoin da bolsa”, diz Pedro Galdi, analista da Magliano Corretora, comparando a valorização do papel com a da criptomoeda. A gestão do CEO Frederico Trajano alçou a companhia a uma posição privilegiada no comércio eletrônico. Isso se refletiu em um lucro de R$ 92,5 milhões no terceiro trimestre, alta de 273% ante 2016, e um recorde na história da companhia. O bom desempenho elevou a liquidez do papel, que participa da carteira teórica do Índice Bovespa a partir de janeiro.

Isso tornará os papéis da Magazine Luiza uma exceção. As dez ações que mais subiram em 2017 não fazem parte do Ibovespa, pois, no ano, os investidores saíram à caça de ações mais baratas e com maior possibilidade de valorização, como Unipar e Vulcabras, entre outras “Historicamente, quando os países estão em recessão, as empresas menores sofrem mais, mas, na hora da recuperação, elas se destacam antes”, diz Ricardo Peretti, estrategista do Santander. Menos líquidos, porém, esses papéis oferecem mais riscos.

Duas das companhias que apresentam melhor retorno sobre o patrimônio foram as concorrentes Multiplus e Smiles, que atuam no segmento de fidelidade. Beneficiada pelo aumento do uso de cartões de crédito e da demanda por viagens aéreas, a Multiplus leva a medalha de ouro, com rentabilidade de 190,5%. A Smiles, empresa menos endividada do Índice Bovespa, está na quarta posição. São companhias que continuam promissoras em 2018 (veja mais recomendações na página 58). “A diversificação do modelo de negócios para além das milhas de viagens torna o negócio ainda mais atrativo”, diz Galdi.

Na ponta contrária está a CSN, que caiu 41,2%. No entanto, a perspectiva para 2018 é positiva. Ela deve reduzir seu endividamento, o maior problema, com vendas de ativos. “Esperamos que as negociações aconteçam nos próximos meses”, diz Roberto Indech, analista-chefe da Rico Investimentos. Além disso, a volta do crescimento deve impulsionar a venda de seu principal produto, os aços planos, usados em eletrodomésticos e carros.

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Onde investir em 2018:

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