O início de operações de novas empresas ou serviços é sempre problemática. O Uber até hoje precisa lidar com perdas quando chega em novos países, e não se sabe o quão rentável é sua operação. Já a Netflix lançou no ano passado três títulos de dívidas para ajudar a financiar suas produções originais, a última no valor de US$ 2 bilhões.

Entrando no mercado de streaming, a Disney também teve que perder dinheiro para garantir todos os seus conteúdos com exclusividade no serviço. É estimado que a empresa tenha perdido US$ 500 milhões por ano no processo de retirada de seus conteúdos de rivais, além de US$ 136 milhões ao investir em tecnologia para colocar no ar o Disney+ e para criação de programas próprios.

No entanto, os números não fazem o Mickey perder o sono, uma vez que o potencial do serviço é gigante. A Disney esperar ter até 2024, de 60 a 90 milhões de assinantes em seu streaming, e segundo projeção do banco suíço UBS, o número de usuários para o primeiro ano pode atingir a marca de 6 milhões.

Utilizando estes números junto com o valor de assinatura anunciado pela Disney – US$ 6,99 por mês ou US$ 69,99 ao ano – a Business Insider estima que o dinheiro perdido pela companhia para implementar o serviço será recuperado em cerca de um ano, período curto para uma operação jovem. Pesam também na avaliação dois fatores: o primeiro é a consciência da marca Disney (brand awareness, termo em inglês que mede a identificação da marca em relação ao seu produto) que chega a 95%, número altíssimo que a coloca como uma das mais bem avaliadas do mercado. O segundo fator é o preço médio que uma pessoa está disposta a gastar com serviços de streaming. O limite foi calculado em US$ 38, e atualmente quem assina Netflix, Amazon Prime e Hulu (as três líderes do segmento) paga US$ 32 no total, dando espaço para que a Disney+ entre na lista de assinatura sem “estourar o budget”.