Foi mais de um ano de notícias sobre a fusão da Disney com a divisão de entretenimento da Fox, com diversos empecilhos no caminho, como conflitos de interesse entre os canais esportivos das duas empresas (ESPN e Fox Sports), que rendeu negociações separadas em cada país, incluindo o Brasil. Mas após muito vai e vem, a fusão entre as duas empresas foi concretizada, colocando a Disney em posto ainda mais alto no entretenimento mundial.

A negociação foi tão longa que sofreu até mesmo com efeitos da inflação: a transação que inicialmente seria de US$ 52,4 bilhões ficou em US$ 71,3 bilhões. No total, a Disney passa a ter controle dos estúdios Fox de televisão e cinema, os canais FX, National Geographic e todos as suas subsidiárias internacionais, além de um terço do Hulu. A empresa do Mickey agora controla 60% do serviço de streaming e visa aumentar ainda mais sua participação.

A 21st Century Fox foi dissolvida e a família Murdoch passa agora a controlar a Fox Corporation, que detém a Fox Broadcasting, Fox New e Fox Sports (essa apenas nos Estados Unidos). Em 15 de março, a Disney anunciou que fechou acordo com os acionistas da Fox: cerca de 52% escolheram por receber US$ 38 por ação da empresa, enquanto 37% preferiram receber sua parte em ações da Disney. Os que não se decidiram até a data receberão metade da compensação em dinheiro e outra metade em ações.

As ações da Disney foram pouco impactadas com o anúncio da fusão, em dezembro de 2017. Porém, desde a metade de fevereiro deste ano, os papéis da empresa estão com tendência de alta em antecipação à conclusão da transação. A ação está 7% mais cara do que há um ano.

Em termos práticos, a Disney passa agora a ter direito sobre as propriedades intelectuais da Fox, como os X-Men, Quarteto Fantástico e Deadpool, que devem estar disponíveis no serviço de streaming da empresa, o Disney+, programado para ser lançado neste ano.