A Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização Covid-19 (Ctai), criada para assessorar o Ministério da Saúde na avaliação das políticas da pandemia, vai começar a discutir esta semana a possibilidade de ampliação da oferta da quarta dose da vacina para todos os brasileiros.

Desde o final do ano passado a segunda dose de reforço já é indicada para pessoas imunossuprimidas – pessoas que passaram por um transplante, ou possuem HIV, por exemplo. A cidade de São Paulo anunciou, na última terça-feira (25), pessoas maiores de 18 anos com alto grau de imunossupressão devem tomar a nova dose quatro meses após a terceira, não importando qual seja. 

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Atualmente, Israel e Chile já estão oferecendo a segunda dose adicional, enquanto Alemanha e Estados Unidos estudam essa possibilidade por conta do avanço da variante Ômicron.

No Brasil, a cidade paulista de Botucatu já está imunizando idosos que moram em casas de repouso, desde que foi escolhida pela Astrazeneca para um estudo. Especialistas reforçam que ainda não se sabe a efetividade de uma dose a mais, mas que ela provavelmente será necessária em imunossuprimidos e idosos. 

Por outro lado, a epidemiologista Carla Domingues, que coordenou o Programa Nacional de Imunizações (PNI) de 2011 a 2019, afirmou ao jornal O Globo que antes da discussão da quarta dose é preciso garantir que todos tomem a terceira.

“Estamos perdendo o foco, nem termina uma etapa da vacinação e já começa outra. Se surgirem evidências de que há uma nova variante que exige quarta dose, é o que vamos fazer. Mas nenhum estudo mostra isso ainda. A meta é vacinar 80% ou 90%? Isso precisa ser definido para ser cobrado. No Norte e Nordeste há municípios com cobertura menor de 40%.Não podemos seguir e deixar gente para trás”, comentou ela ao jornal. 

Atualmente 69% dos brasileiros receberam duas doses e apenas 18% receberam a dose de reforço.