O FUTURO A DEUS PERTENce, mas sempre é bom se prevenir. Por isso, na hora de montar uma carteira de previdência, o investidor precisa ser conservador e aplicar 80% de seus recursos em renda fixa. Os restantes 20% podem ser destinados ao mercado de ações ou fundos mais arriscados. É bom saber que os bancos formam seus fundos de renda fixa com títulos públicos, que compram diretamente do Tesouro Nacional ou em leilões secundários, e cobram dos clientes uma taxa pela administração do produto. Mas quem quiser descartar esse intermediário e pagar uma taxa abaixo de 1%, ou até mesmo não pagar, pode comprar esses papéis diretamente do governo, pelo programa Tesouro Direto. Somente este ano, quase R$ 1 bilhão foi investido no Tesouro Direto, que aceita aplicações a partir de R$ 100. A operação é bem simples. Há títulos para todos os perfis, com a possibilidade de se resgatar todas as semanas, mas o Tesouro só garante a rentabilidade se o investidor carregar o título até o vencimento. “Hoje há dois fatores que influenciam na rentabilidade: o custo e a tributação. Depois de dois anos com o título, a tributação cai para 15%, e o custo é o menor do mercado”, explica o gerente de Relações com os Investidores do Tesouro Direto, André Proit.

Os títulos ligados à inflação, NTNB (Nota do Tesouro Nacional) Principal, NTN-B e NTN-C, são os únicos disponíveis para prazos a partir de 2018, por serem os preferidos dos fundos de pensão e das seguradoras. Mas é interessante para o investidor pessoa física diversificar sua carteira com mais de um papel. Para a aposentadoria, as LFTs (Letras Financeiras do Tesouro) são ainda mais seguras, por serem pós-fixadas na taxa Selic, com volatilidade menor.

Para o leitor ter uma idéia de como ficarão seus recursos no futuro, DINHEIRO fez as seguintes simulações: se o investidor aplicar R$ 180 mil, em NTN-B, que vence em 15/5/2035, e na data a inflação estiver 3,5%, ele terá R$ 1 milhão no dia do resgate. Se aplicar todos os meses R$ 404,54, durante 30 anos, em títulos com o perfil do NTN-B Principal, 15/08/2024, que paga 8,21% e inflação de 3,5%, ele também terá R$ 1 milhão, neste caso descontado o Imposto de Renda. Como se trata de um investimento de longo prazo, dependendo dos títulos, o investidor precisa ficar atento às perspectivas para taxa de juro e inflação.