Ao contrário do que diz Istoé Dinheiro em sua edição número 201, de 28 de agosto, páginas 40 a 42, o governador Geraldo Alckmin comporta-se de forma correta na atual campanha eleitoral. Fiel à herança ética que recebeu do pai, no ambiente doméstico, e do ex-governador Mário Covas, no dia a dia da boa prática política, Geraldo tem agido de acordo com o que determina a lei e exige o mesmo tanto dos auxiliares no governo do Estado quanto dos militantes e profissionais que o ajudam na campanha pela reeleição. O próprio Geraldo Alckmin procura dar o exemplo, fazendo da dupla jornada de governador e candidato uma novidade no atual período eleitoral.

Como não se licenciou do cargo e a prioridade é governar, ao candidato resta sacrificar o tempo da família, do descanso, do lazer e os fins de semana. Geraldo Alckmin inicia a busca dos votos nas primeiras horas da manhã, volta à luta no horário do almoço e não dorme sem participar de pelo menos uma atividade de campanha. Nos fins de semana, em geral viaja para o Interior do Estado ou percorre os municípios da Região Metropolitana de São Paulo, com o apoio da estrutura partidária do PSDB e dos recursos da campanha. Quando a máquina tucana enfrenta dificuldades insuperáveis, como as más condições de tempo, que fecharam os aeroportos do estado na noite de sexta-feira, dia 2 de agosto, e impediram o pouso do avião que o levava para Presidente Prudente, vale a disposição do candidato.

De volta a São Paulo, Geraldo seguiu direto para o Terminal Rodoviário da Barra Funda, comprou os bilhetes e, às 11 da noite, iniciou a viagem de 7 horas em ônibus comum. No início da manhã do sábado, tomou o desjejum com lideranças políticas do extremo oeste do Estado. Em seguida, fez corpo a corpo com os eleitores no centro de Prudente e, apesar do cansaço, naquele dia ainda visitou outras duas cidades, Marília e Assis. Na capital, durante a semana, quando as agendas se confundem, é a estrutura da campanha que apóia o governador, nunca o contrário.

Foi o que aconteceu em julho, no início do período que o TRE define como de campanha. O candidato foi fazer uma caminhada na Zona Norte de São Paulo e emendou com uma visita de governador ao Tribunal de Justiça, no centro da cidade. Pegou o metrô na Estação Santana, viajou conversando com os demais passageiros e desceu na Estação Sé, onde usou um banheiro para colocar paletó e gravata. Depois de agradecer pelas duas ocasiões em que o presidente do TJ, desembargador Sergio Augusto Nigro Conceição, o substituiu no governo de São Paulo, Geraldo aproveitou a presença dos repórteres para explicar porque não se licenciou do governo para disputar a eleição, situação que levaria o próprio Nigro Conceição a assumir. ?A reeleição simboliza continuidade e não seria correto licenciar-me. Ficar no governo é também uma questão de seriedade?, disse.

Pelo que disse esta revista, o jurista Dalmo Dallari não concorda com a permanência no cargo de candidatos à reeleição. É uma opinião com a qual não concordam políticos do partido da simpatia do respeitado professor. No Rio de Janeiro, a candidata Benedita da Silva, vice que assumiu o posto de governador, como Geraldo, segue governando e fazendo campanha. Em Mato Grosso, Zeca do PT, que tem vice, também preferiu ficar no cargo. O mesmo faz Jorge Viana, do PT do Acre, governador candidato à reeleição.

Trabalho transparente. Não há desvio de função na atividade dos funcionários do Centro de Referência do governo estadual, que ocupam as salas 42 e 43 da ala oeste do Palácio dos Bandeirantes. Também não há porão, porque as janelas daquelas salas dão vista para os jardins do palácio. O grupo foi formado em julho de 1997 e tem hoje 40 funcionários, que se dedicam a analisar e organizar informações para as diversas áreas de governo.

 

Há seis anos, portanto, o Centro de Referência analisa criticamente o conteúdo dos bancos de dados institucionais do governo (como os cadastros de ações e de serviços terceirizados), levanta dados para relatórios regionalizados, realiza pesquisas temáticas, acessa e desenvolve intercâmbio com bancos de dados nacionais e internacionais, prepara informações para atualização das páginas do governo na Internet e atende demandas internas de informações sobre as ações governamentais. Sua atuação abrange, também, a Biblioteca Virtual e a coordenação do Programa Acessa SP, de combate à exclusão digital, que já prestou mais de um milhão de atendimentos.

Parte da equipe é formada por contratados da Prodesp, parte foi contratada pela Imprensa Oficial, mas há também funcionários afastados da Fundação Seade, da Justiça, do Cepam e da Escola do Futuro da USP. Os salários variam de R$ 421,00, para estagiários , até R$ 5.200,00 do coordenador. O salário médio dos que têm nível superior fica em torno de R$ 1.800,00. Para bem desenvolver suas atribuições, esse pessoal trabalha com recursos tecnológicos de última geração, incluindo microcomputadores multimídia, programas de editoração gráfica e amplo acesso à Internet.

Como o trabalho nas salas 42 e 43 é transparente e nada tem de suspeito ou misterioso, como acusa Istoé Dinheiro, também não há inquietação informada pela revista. O que incomoda e não se pode aceitar é que um veículo de imprensa lance suspeitas falsas,
que podem prejudicar a candidatura limpa e honesta de Geraldo Alckmin.