O ministro da Justiça, Flávio Dino, um dos mais próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse em entrevista na tarde desta quinta-feira, 20, que há uma discussão no governo sobre extinguir ou não o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Caso o órgão seja preservado, também haverá a discussão se o comando fica com um militar ou com um civil.

“A discussão é se haverá ou não GSI. Se houver, se será comandado por civil ou militar”, declarou no Ministério da Justiça.

O debate sobre o GSI começou nesta quarta, 19, depois que o general Gonçalves Dias deixou o cargo. A rede de TV CNN Brasil divulgou imagens de Dias interagindo com invasores no Palácio do Planalto em 8 de Janeiro. Ele ficou sem condições políticas de permanecer no posto.

Dino disse que a saída de Dias foi um movimento normal da política. “Se alguém em cargo de comissão sai não significa que ele seja culpado de qualquer coisa”, declarou o ministro.

O ministro afirmou que Ricardo Cappelli, seu secretário-executivo que assumiu interinamente o GSI, está reunindo informações sobre o assunto para a discussão. Quem decide, ressalvou Dino, é o presidente da República. Lula estará na Europa nos próximos dias e só depois resolverá a questão.

Questionado se Cappelli continuaria no GSI, o ministro disse que ele é qualificado para cargos públicos, mas que espera tê-lo de volta no ministério. “Ele me ajuda muito aqui”, afirmou.

Flávio Dino declarou que nunca havia visto as imagens de Gonçalves Dias no Planalto durante o 8 de Janeiro. Disse que não acredita que o general estivesse “mancomunado” com os invasores.

O ministro também afirmou que há uma tentativa de “amigos de terroristas” para tirar o foco das investigações sobre o 8 de Janeiro. A oposição ao governo tenta emplacar a versão de que o Executivo foi negligente com a segurança e também tem responsabilidade nos ataques.