A pandemia da Covid-19 parece estar ajudando a fintech PicPay, plataforma de pagamentos ligada ao Banco Original. Apenas em abril, a empresa conquistou 3 milhões de novos clientes. O número é seis vezes a média dos meses anteriores. O desempenho se deve a uma agressiva ação de marketing com artistas brasileiros, patrocínio do Big Brother Brasil, um projeto de popularização de transações financeiras digitais em comunidades carentes e novos canais de pagamentos para o comércio de entregas. “Com as pessoas dentro de casa, elas procuram outras formas de lidar com o dinheiro e, assim, têm contato com novas tecnologias”, afirma Gueitiro Genso, CEO do PicPay. Como resultado, segundo ele, a empresa atingiu a marca de 19 milhões de clientes. A meta é chegar a 100 milhões nos próximos cinco anos.

Ainda que o êxito se deva à soma de todas as estratégias, foram as lives que deram mais resultado. A fintech atuou como parceira de 15 grandes shows musicais, que arrecadaram doações. “A lives popularizaram o pagamento à distância”, diz o CEO. Durante as apresentações, cerca de R$ 5 milhões foram angariados. As taxas das transações não são cobradas das instituições beneficiadas. E a própria PicPay doou R$ 500 mil para a Central Única das Favelas (Cufa) na transmissão ao vivo do show da dupla Sandy & Júnior, no dia 21 de abril. Pelo QRCode do PicPay que aparece na tela, em dois cliques no aplicativo instalado no smartphone é possível fazer a doação — sem a necessidade de transferências bancárias. Em parceria com a Cufa, a PicPay criou um processo de entrega do dinheiro das doações diretamente para as famílias. Abre-se uma conta na carteira digital no celular dos beneficiários e os recursos já estão disponíveis.

CAIXINHA O processo é similar ao do programa Merenda em Casa, do Governo de São Paulo, que durante a suspensão das aulas transfere R$ 55 mensais a alunos da rede pública estadual em situação vulnerável. O valor foi repassado a 600 mil famílias pelo aplicativo PicPay. “Democratizamos e empoderamos as pessoas ao dar acesso à população que estava excluída do sistema”, afirma Genso. “Nosso QRCode é usado até para dar ‘caixinha’ ao músico que toca no metrô ou comprar um pedaço da gravata do noivo na festa de casamento”. É o novo dinheiro vivo.