O indiano Parameswaran Ramani, diretor de recursos humanos da Tata Consultancy Services (TCS), empresa de tecnologia que pertence ao maior grupo empresarial da Índia, o Tata, está há cinco anos no Brasil. “Eu vejo que os brasileiros tendem a ter uma maior conexão emocional com o trabalho”, diz o executivo. Por esse motivo, a empresa costuma fazer eventos que envolvam as famílias dos funcionários e incentivar o trabalho voluntário. A multinacional opera em 42 países e tem mais de 200 mil funcionários.

Lidar com especificidades culturais de cada nacionalidade presente na organização é um desafio. Mas está longe de ser um problema. “A diversidade é um dos focos do nosso trabalho”, diz Ramani, que, para facilitar, é chamado carinhosamente de“Param” pelos colegas. A diversidade é um tema que também permeia a atuação das empresas certificadas pelo Top Employers. Na francesa Saint-Gobain, gigante industrial dos setores de construção e automotivo, essa é uma questão primordial há sete anos.

“Trabalhamos para aumentar a diversidade de gênero, geográfica, de gerações e para incluir pessoas com deficiências”, afirma Adriana Rillo, diretora de recursos humanos da companhia. Hoje, cerca de um quarto das posições de liderança, por exemplo, está nas mãos de mulheres. “Mas queremos aumentar ainda mais esse número.” Uma dificuldade está na forma como aumentar essa diversidade. “Nada vai acontecer por decreto”, diz Rillo. A questão é cultural e, para mudar o jogo, é preciso fazer um trabalho de conscientização.

No geral, o Brasil precisa melhorar nesse quesito. Em comparação à média global, as empresas brasileiras estão na frente no que diz respeito à contratação de pessoas em situação socioeconômica desfavorecida: 72% adotam a prática no País, ante 64% no mundo. Mas, em relação às mulheres, apenas 66% incentivam a promoção de executivas para cargos de liderança, contra 82% no mundo. E, no momento em que se discute a reforma da previdência, somente 21% promovem a contratação de pessoas idosas. A média global é de 44%. Em relação às cotas, a maioria das empresas consultadas dizem que respeitam aquilo que é estabelecido em lei. Porém, preferem aumentar a diversidade por meio da conscientização dos funcionários.

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