Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais mostrou que uma dieta sem consumo de feijão pode aumentar em 20% as chances de desenvolvimento da obesidade. O fator de risco aumenta para quem não come o alimento regularmente; já seu consumo regular (5 a 7 dias da semana), pode garantir redução no desenvolvimento do excesso de peso. 

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A frequência do consumo foi dividida da seguinte forma: 

  1. não-consumo (0 dias por semana);
  2. baixo consumo (1 a 2 dias por semana);
  3. consumo moderado (3 a 4 dias por semana);
  4. consumo regular (5 a 7 dias por semana). 

Na pesquisa Tendência temporal no consumo alimentar tradicional de feijão no país e sua relação com o estado nutricional da população adulta brasileira, foram usadas informações do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que reúne relatos de 500 mil adultos sobre seus hábitos alimentares por 10 anos. 

Outro estudo publicado pela UFMG sobre o consumo do feijão foi o Redução do consumo de alimentos tradicionais na dieta do brasileiro: tendências e previsões do consumo de feijão (2007-2030), em que pesquisadores mostraram níveis preocupantes de redução do consumo do alimento brasileiro básico. 

“Houve importante tendência de queda na frequência de consumo do feijão no país, principalmente no período recente analisado. A partir de 2012, foram observadas reduções na prevalência de consumo regular de feijão (≥5 dias/semana) em todos os estratos populacionais”, argumenta o estudo. 

As estimativas apontam que a partir de 2028, a maioria dos adultos brasileiros não consumirá feijão regularmente. “A prevalência do não consumo de feijão aumentou e deve atingir 5,3% da população adulta de todas as capitais e do Distrito Federal em 2030”, revela a previsão dos pesquisadores.

Para a Organização Mundial de Saúde, o consumo diário de um adulto deve conter frutas, verduras, legumes (como lentilha e feijão), nozes e cereais integrais (como milho, aveia, trigo e arroz integral). Uma dieta rica nesses itens reduz o risco de diversas doenças – e a obesidade é uma delas. O alimento é rico em proteínas, fibras, cálcio, ferro, zinco, vitaminas do complexo B e aminoácidos essenciais para o corpo.

“O feijão, além de ser rico em fibras, é um alimento altamente proteico. A combinação de arroz e feijão é perfeita, com riqueza de proteínas, rico em fibras e promove maior saciedade, o que auxilia no combate ao ganho de peso e obesidade. O preparo deve ser feito somente com temperos naturais, evitando carnes gordurosas e embutidos como bacon e linguiça, por exemplo”, recomenda a nutricionista clínica Andrea Marim.