Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Petrobras elevará o preço médio do diesel nas refinarias em 9,15% e o da gasolina em 7,05%, a partir de terça-feira, refletindo parte da elevação do barril do petróleo no mercado internacional e da taxa de câmbio, afirmou a companhia em comunicado à imprensa nesta segunda-feira.

Com os ajustes, o diesel –combustível mais comercializado do país– passará a ser vendido às distribuidoras a 3,34 reais por litro, acumulando uma alta de 65% neste ano até o momento, segundo cálculos da Reuters a partir de dados da companhia.

Já a gasolina passará a ser comercializada a 3,19 reais por litro, acumulando avanço de 73% no ano.

Na nota, a empresa afirmou que “reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato para os preços internos, das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais”.

A Petrobras destacou ainda que o alinhamento de preços ao mercado internacional se mostra especialmente relevante no momento que vivenciamos, com a demanda atípica recebida pela Petrobras para novembro de 2021.

Na semana passada, a empresa havia informado ao mercado que não poderia atender todos os pedidos de fornecimento de combustíveis para o próximo mês, que teriam vindo acima de sua capacidade de produção, acendendo um alerta para distribuidoras, que apontaram para risco de desabastecimento no país.

Como o país não tem capacidade para produzir toda a demanda interna, parte do abastecimento depende das importações.

A companhia frisou que os reajustes anunciados nesta segunda-feira “são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”.

“Os ajustes refletem também parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio”, disse a empresa.

O repasse dos reajustes da Petrobras para os consumidores finais, nos postos, não é imediato e depende de uma série de questões, como margens da distribuição e revenda, mistura obrigatória de biocombustíveis, além de impostos.

Em nota a clientes, o Credit Suisse afirmou ver como positivo o anúncio e disse que os reajustes reduziram a defasagem dos valores frente à paridade de importação, que nos cálculos do banco está agora em cerca de 11% para ambos os combustíveis.

(Por Marta Nogueira no Rio de Janeiro; reportagem adicional de Gabriel Araujo)