A polícia alemã realizou nesta segunda-feira operações de busca e apreensão em sedes da fabricante de automóveis Opel, subsidiária do grupo PSA (Peugeot), relacionadas ao Dieselgate, o caso de manipulação de motores a diesel.

As buscas ocorreram nas sedes da Opel em Russelsheim, perto de Frankfurt, e Kaiserslautern, disse a polícia à AFP.

A empresa é acusada de ter “colocado em circulação carros com um software manipulado ilegalmente”, disse uma porta-voz, observando que a investigação é resultado de uma queixa da Agência Federal de Automóveis KBA, que supervisiona o setor alemão.

A manipulação afetaria cerca de 95 mil carros na Europa, afirmou o Ministério Público, embora não aponte para a responsabilidade de nenhum executivo específico.

A Opel assegurou à AFP que os seus carros “respeitam as normas em vigor” e declararam “cooperar plenamente com as autoridades”.

A empresa, subsidiária desde o ano passado da Peugeot-Citroën, está na mira das autoridades desde julho pelo caso dos motores a diesel manipulados.

O Ministério dos Transportes da Alemanha anunciou então uma investigação oficial da Opel por três modelos a diesel do tipo Euro 6 após a identificação pela KBA de um programa “inaceitável” nos modelos Cascada, Insignia e Zafira.

“A convocação para o recall de 100 mil carros é iminente”, anunciou o Ministério do Transporte na segunda-feira, dizendo que a Opel está “atrasando” a investigação.

“A KBA informou o promotor público em abril das suspeitas da presença de programas de computador inaceitáveis na Opel”, disse um porta-voz da pasta.

As operações na Opel são o capítulo mais recente do Dieselgate, caso que veio à tona em setembro de 2015, quando a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) denunciou a Volkswagen pela instalação de softwares de manipulação das emissões de poluentes em 11 milhões de veículos a diesel – 600 mil deles nos Estados Unidos.

Desde então, foram feitas várias acusações de fraude, manipulação de cotação nas bolsas de valores e propaganda enganosa, entre outros, contra executivos da Volkswagens e seus marcas Audi e Porsche, bem como contra Daimler e a fabricante de peças Bosch.

Diversos altos dirigentes da Volkswagen, entre eles o antigo presidente Martin Winterkorn, estão sendo investigados.