Dados do Mapa da Desigualdade,de setembro deste ano, demonstram como a pandemia de Covid-19 atingiu a população negra na cidade de São Paulo de maneira desigual quando é feito um recorte racial. O estudo expõe que a diferença de mortes por Covid-19 é quase o dobro quando observada entre a população negra em relação à branca.

Enquanto a população branca teve um índice de mortes de 28,1%, a população negra alcançou os 47,6% do número de óbitos por Covid em relação ao ano passado. As informações foram obtidas pela pesquisa em diversos bairros da cidade de São Paulo, contemplando cidadãos de perfis socioeconômicos distintos. 

Esta quarta-feira, 27 de outubro, é o Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra. A data foi estabelecida pela Portaria nº 992, em 2009, na Política Nacional de Saúde da População Negra. Mais do que uma celebração, a data foi criada para chamar a atenção da sociedade sobre a vulnerabilidade do grupo.

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Mortes maternas

Segundo estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado em maio deste ano, 56,2% dos óbitos maternos ocorridos entre 2020 e 2021 foram de mulheres negras e pardas, totalizando 1.204 vítimas registradas.

Nesse contexto, o risco de mortalidade materna de uma mulher negra ou parda é quase duas vezes maior do que uma mulher branca.

“As estatísticas expõem a vulnerabilidade estrutural das mulheres negras no Brasil. Em 2019, antes da pandemia, mais de 65% dos óbitos maternos foram de mulheres negras, contra 30% de brancas, de acordo com o Ministério da Saúde”, declarou a Sociedade Brasileira pela Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp) ao portal G1.