Um advogado egípcio, acusado de ter insultado o presidente Al-Sisi e incitado ao “terrorismo” nas redes sociais, foi condenado a dez anos de prisão, informou nesta quinta-feira um responsável judicial.

“O Tribunal Penal de Alexandria condenou nesta quarta-feira Mohamed Ramadan a dez anos de prisão, a cinco anos de prisão domiciliar e está proibido de utilizar a Internet durante cinco anos por insultar o presidente da República e por incitar ao terrorismo nas redes sociais”, declarou o responsável.

A sentença foi pronunciada durante a primeira audiência do processo, declarou à AFP seu advogado, Mohamed Hafez, denunciando um veredicto “muito duro”.

Mohamed Ramadan foi julgado pela lei antiterrorista aprovada em 2015 e que prevê, além da pena de morte por crimes de terrorismo, altas penas por publicações nos meios de comunicação ou na Internet.

“O julgamento é uma mensagem para todos os que criticam o regime”, acrescentou Hafez.

O caso se remonta a outubro, quando Ramadan foi acusado de ter insultado o presidente Abdel Fattah Al-Sisi no Facebook. Detido em dezembro, foi libertado após dois dias de prisão.

“O processo foi fabricado”, declarou à AFP Mohamed Ramadan. “Escrevo minha opinião política como qualquer pessoa normal sem insultar […] Nunca incitei ao terrorismo”, acrescentou.

“O julgamento tem o objetivo de reprimir a oposição e fazer calar […] qualquer voz da oposição no país”, acrescentou.

Desde que o exército derrubou o presidente islamita Mohamed Mursi em julho de 2013, o regime de Al-Sisi lançou uma ampla campanha de repressão contra qualquer tipo de oposição. Tanto os islamitas como a oposição laica e liberal estão na mira do governo.