As emissões radioativas após o acidente na usina nuclear japonesa de Fukushima em 2011 não produziram efeitos negativos sobre a saúde, segundo as conclusões de um comitê de pesquisadores da ONU publicadas nesta terça-feira (9) em Viena.

Desde um relatório anterior publicado em 2013, “não foi documentado nenhum efeito nocivo para a saúde dos habitantes de Fukushima que possa ser atribuído diretamente à exposição à radiação”, afirmou a presidente do Comitê Científico das Nações Unidas para o Estudo dos Efeitos das Radiações Atômicas (UNSCEAR), Gillian Hirth.

No geral, o relatório do UNSCEAR publicado nesta terça-feira confirma amplamente os principais resultados do relatório anterior, que data de 2013. Segundo um comunicado das Nações Unidas, oferece “uma avaliação melhorada e mais sólida dos níveis e efeitos da radiação devidos ao acidente”.

O Comitê considerou que o forte aumento do número de casos de câncer de tireoide nas crianças expostas é atribuível a uma melhoria da técnica de detecção que revelou “a prevalência de anomalias que não foram detectadas antes”.

Após um terremoto de magnitude 9 seguido de um tsunami, o acidente de Fukushima provocou em 11 de março de 2011 grandes emissões radioativas na água, no ar e nos solos da região da usina, localizada 220 km ao nordeste de Tóquio.

Centenas de milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas e cerca de 19.000 pessoas morreram por causa do desastre natural.

O de Fukushima foi o pior acidente nuclear desde o de Chernobil (Ucrânia) em 1986, após o qual se observou um aumento no número de câncer de tireoide.