O presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Sérgio Gusmão Suchodolski, participou da live da IstoÉ Dinheiro, nesta segunda-feira (15). Atualmente, o executivo também ocupa o cargo de presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) e de diretor do Comitê Executivo da Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras para o Desenvolvimento (Alide). Na conversa, ele falou sobre o papel das instituições financeiras no desenvolvimento econômico, elencou alguns projetos que as instituições de fomento no Brasil estão tocando e comentou sobre o avanço da economia sustentável. “É um momento de ação, fugindo de polêmicas e de discursos. Precisamos criar um ambiente favorável para os negócios, sobretudo dos investimentos”, avalia.

Com um currículo portentoso, o executivo é bacharel em Direito pela USP, foi diretor-geral de Estratégia e Parcerias do New Development Bank, o banco do Brics, em Xangai, na China, e também atuou como chefe de Gabinete da Presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na entrevista, ele analisou o cenário das carteiras de crédito das agências de fomento que, segundo o Sistema Nacional de Fomento (SNF) da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), cresceram 7,4% entre janeiro e setembro de 2020, saltando de R$ 1,62 trilhão para R$ 1,74 trilhão, acréscimo de R$ 120 bilhões. Para o executivo, diante do cenário de retração da economia, no qual o setor financeiro privado fechou as torneiras dos financiamentos, eles trabalharam em direção oposta. “Ampliamos parcerias e trabalhamos na contramão do setor privado, auxiliando o pequeno, médio e grande empresário”, diz.

No bate-papo, o presidente do BDMG falou também sobre as concessões públicas nas áreas de energia e saneamento, citou bons exemplos e avaliou a captação de recursos financeiros que as agências de fomento do País estão conseguindo com organismos internacionais. Em 2020, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) destinaram mais de R$ 2 bilhões para bancos de desenvolvimento do País. Na conversa, ele disse que as instituições financeiras públicas têm que trabalhar com muita sobriedade, principalmente neste momento de polarização política. “Nosso compromisso tem que ser com projetos, de maneira pragmática e sem criar polêmicas”, afirma.

Suchodolski entende que a sociedade atual exige um mundo cada vez mais social e sustentável, alinhado à Agenda 2030 e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Ao certo, ele avalia que as organizações devem ir além do crescimento econômico e alerta: “Economia e saúde andam juntos. Quanto mais rápido nos vacinarmos, mais rápido se dará a retomada econômica.”

“Estamos em uma guerra que ainda não vencemos. Precisamos de uma estratégia para sair da crise”, conclui o executivo.