O Deutsche Bank decidiu não fazer mais negócios no futuro com o presidente americano em final de mandato, Donald Trump, ou mesmo com suas empresas, que representam clientes importantes. A decisão foi tomada após a violenta invasão do Congresso por apoiadores do republicano, noticiou o jornal The New York Times nesta terça-feira (12).

No entanto, o banco não cortou todos os contatos com o magnata, que ainda deve mais de 300 milhões de dólares à entidade, acrescentou o jornal.

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Desta forma, o Deutsche Bank se junta a diferentes empresas que cortaram seus vínculos financeiros com Trump, acusado de incitar seus seguidores a invadir violentamente o Capitólio no dia 6 de janeiro.

A diretora da subsidiária americana do banco, Christiana Riley, já havia condenado severamente os incidentes na rede profissional LinkedIn na semana passada, denunciando “um dia sombrio para os Estados Unidos e a(sua)democracia”.

“A violência não tem lugar em nossa sociedade e as cenas que ocorreram (na quarta-feira) são uma vergonha para toda a nação”, disse Riley.

Questionado pela AFP, um porta-voz do banco nos Estados Unidos não quis comentar.

O Deutsche Bank tem uma história complicada com o presidente americano.

A entidade alemã é um dos únicos grandes bancos ocidentais que continuou a emprestar dinheiro ao império Trump após a falência de vários de seus cassinos na década de 1990.

Essa decisão a colocou no centro de várias investigações nos Estados Unidos. O banco recebeu diversos pedidos de fornecimento de documentos, no âmbito de uma investigação sobre suspeitas de conluio entre a campanha do bilionário americano e a Rússia, por exemplo, e de empréstimos vinculados à imobiliária da família feitos por seu genro, Jared Kushner.

Outra entidade que gerenciava as contas pessoais de Trump, a Signature Bank, também começou a encerrá-las, disse uma porta-voz à AFP.