Com uma redução drástica no número de viagens devido à pandemia do novo coronavírus, as despesas de brasileiros no exterior em abril ficaram em US$ 203 milhões, o menor valor para o mês desde 1999, segundo dados do Banco Central. A queda foi de 86,4% em relação a abril do ano passado.

Os gastos de estrangeiros no País também caíram de forma dramática e somaram US$ 113 milhões em abril, o pior resultado para o mês de 1997. O recuo foi de 76,1% ante abril de 2019.

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, ressaltou que o setor de turismo e viagens é um dos mais afetados pela crise provocada pela covid-19.

A imposição de medidas de isolamento social, na tentativa de conter o avanço da doença que ainda não tem cura nem vacina atestadas por pesquisadores, levou a uma redução na oferta de voos e menores gastos com viagens. O Brasil também fechou fronteiras com países vizinhos.

Além disso, o dólar registra no ano uma grande valorização ante o real. Em abril, a moeda norte-americana fechou o mês cotada em R$ 5,4387, alta de 4,66% ante março. O salto acumulado no ano estava em 35,57%.

Segundo Rocha, o desempenho tímido da conta de viagens deve se manter em maio, com baixo movimento de turistas tanto para o exterior quanto vindo para o Brasil.

Os resultados parciais do BC, com dados até o dia 21 deste mês, mostram que as despesas dos brasileiros no exterior estavam em US$ 177 milhões, enquanto os gastos dos estrangeiros aqui no País somavam US$ 98 milhões.

Muitas das restrições às viagens permanecem e devem se intensificar. A partir da quarta-feira, os Estados Unidos vão proibir a entrada de estrangeiros com passagem pelo Brasil, que hoje é um dos locais onde a transmissão da covid-19 ocorre em níveis elevados.

O País, inclusive, superou na segunda-feira, 25, os americanos em número de mortes diárias provocadas pelo novo coronavírus. Foram 807 registros de óbitos em 24 horas aqui no País, segundo dado do Ministério da Saúde, contra 620 mortes no balanço oficial dos Estados Unidos.