Nos últimos anos, ambientalistas de todo mundo comemoraram a queda na taxa de desmatamente na Mata Atlântica, verificada entre 2016 e 2018. No ano passado, lamentavelmente, houve crescimento de 27,2% na área desmatada, que somou 14.502 hectares. Os dados estão no Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Minas Gerais foi o líder em desmatamento do bioma, com uma perda de cerca de 5 mil hectares de floresta nativa (aumento de 47% sobre o período anterior), seguido da Bahia, com 3.532 hectares (alta de 78%) e Paraná, com 2.767 hectares (35%).“A ampliação do desmatamento da Mata Atlântica observada no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro mostra que a destruição do meio ambiente não tem ocorrido apenas na Amazônia“, afirma Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, que participou na terça-feira (2) de uma live da revista IstoÉ. Segundo ele, o fato é preocupante, já que restam apenas 12,4% do bioma – o que mais perdeu floresta no País até hoje. Apesar do aumento do desmatamento em algumas regiões, o estudo verificou que há estados com desmatamento zero. Apesar disso, Marcia Hirota, diretora executiva da SOS Mata Atlântica e coordenadora geral do Atlas, faz um alerta: “Em muitos estados que chegaram ao nível do desmatamento zero pode ocorrer o chamado efeito formiga, os desmatamentos pequenos que continuam acontecendo em várias regiões e o satélite não enxerga”.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1174 da Revista Dinheiro)