A exoneração de Ricardo Galvão, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no dia 2 de agosto, não foi suficiente para trazer boas notícias ao presidente Jair Bolsonaro. Na terça-feira 6, o instituto divulgou números atualizados e alarmantes sobre o desmatamento no País. Segundo o Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), sistema gerido pelo Inpe, o desflorestamento na Amazônia Legal cresceu 278% em julho quando comparado ao mesmo período do ano passado. Foram destruídos 2.254,8 quilômetros quadrados do bioma, maior avanço desde 2014, quando o instituto adotou a atual metodologia.

No mês anterior, junho, o desmatamento detectado pelo Inpe já havia sido 88% maior do que no mesmo período em 2018, o que colocou a entidade em rota de colisão com o governo. Bolsonaro insinuou que Ricardo Galvão estivesse “a serviço de alguma ONG” e ameaçou acabar com o instituto. A crise culminou com a exoneração do diretor no início deste mês. Para seu lugar, o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, nomeou interinamente o oficial da Aeronáutica Darcton Policarpo Damião, que é formado em Ciências Aeronáuticas e tem doutorado em desenvolvimento sustentável.

(Nota publicada na Edição 1133 da Revista Dinheiro)